Parente de pastor pagou R$ 50 mil a esposa de Milton Ribeiro em venda de carro

Segundo o advogado de Ribeiro, esposa do ex-ministro da Educação vendeu um carro Ecosport para familiar do pastor Arilton Moura

Da redação com BandNews TV

O advogado Daniel Bialski, responsável pela defesa do ex-ministro Milton Ribeiro, admitiu que um parente do pastor Arilton Moura Correia transferiu R$ 50 mil para a conta da esposa do ex-titular da pasta da Educação. Porém, ele alegou que a transação tem a ver com a venda de um carro Ecosport e que os trâmites foram legais.

Segundo Bialski, a Controladoria-Geral da União (CGU) teria descoberto uma movimentação atípica na conta bancária da esposa de Ribeiro. Por outro lado, a defesa não tem certeza se isso motivou a prisão do ex-ministro, pois a denúncia não teve acesso à decisão do juiz que decretou a medida cautelar.

“A esposa do ex-ministro estava vendendo um carro que pertencia a ela, um Ecosport, e um parente desse pastor [seria o pastor Arilton Moura] acabou comprando. O documento de transferência foi assinado. Os registros juntos aos institutos de trânsito foram feitos e os depósitos foi feito na conta da esposa do ex-ministro porque ela era proprietária desse veículo”, contou Bialski em entrevista ao BandNews TV.

Advogado critica prisão

O advogado insistiu na falta de motivação jurídica para a prisão preventiva do ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro. Uma nota da Polícia Federal (PF), divulgada na última quarta-feira (22), destaca a suspeita de crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência e prevaricação.

“Essa prisão era necessária? Aos olhos da defesa, não, porque a prisão é excepcional e é a última alternativa. Existem outras medidas como prisão domiciliar, não contato com testemunhas, não viajar, que podem, da mesma forma, acautelar esse processo”, continuou o advogado.

Operação contra ex-ministro e pastores

A PF deflagrou a operação “Acesso Pago”, que resultou na prisão de Ribeiro e mais dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são suspeitos de negociarem repasses irregulares do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras os quais intermediam relações com o Ministério da Educação (MEC).

Em áudios divulgados em março, o então ministro dizia que a “priorização” de determinadas prefeituras seria um pedido do Bolsonaro. Dias depois, o ministro negou a participação do presidente e pediu demissão do MEC.

Ontem, a PF cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão em Goiás, São Paulo, Pará, além do Distrito Federal. Outas medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos, também foram efetuadas.

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