Paraquedas em aviões seria "pior para a sociedade", diz especialista

James Waterhouse destaca que os acidentes não poderiam ser evitados pelo item

Emanuele Braga

Após o acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo, alguns questionamentos a respeito da segurança dos aviões foram colocados em pauta, como a presença de paraquedas como alternativa para tentar evitar acidentes fatais.  

Em entrevista ao Band.com.br, o professor da USP James Rojas Waterhouse, graduado em Engenharia Mecânica com ênfase em aeronaves, afirmou que a tecnologia "vem sendo desenvolvida e já é utilizada em pequenos aviões monomotores de até um certo porte", mas que poderia ficar "impraticável" para uso comercial.  

"Conforme aumenta o tamanho e peso do avião, o uso do paraquedas fica muito além, impraticável para o uso comercial. Várias outras alternativas para equipar o avião foram propostas, como uma cabine que pudesse ser destacada do avião com o paraquedas e muitas outras, mas nenhuma é prática e segura", disse.  

O especialista destaca que os acidentes, que em sua grande maioria acontecem durante a decolagem ou pouso, não poderiam ser evitados pelo paraquedas, já que não haveria tempo hábil para abri-lo, tornando o item pouco efetivo.  

"Haveria um encarecimento dos voos no mundo e o paraquedas seria um item pouco efetivo em segurança. Quando você encarece o voo, há uma redução na quantia de pessoas que tem acesso ao transporte aereo, então acaba levando muita gente para o transporte terrestre e, no trajeto, o nível de segurança é mlihares de vezes inferior ao de um avião", explicou.  

"No balanço geral, a solução seria muito pior para a sociedade. Aparentemente, resolve um problema, mas cria outro maior ainda. O objetivo é sempre balancear e reduzir o número de óbitos", completou.  

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