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Papa Francisco se reúne com vítimas de abuso sexual ligados à Igreja em Portugal

Em fevereiro, um relatório apontou que pelo menos 4.815 crianças foram abusadas por membros da Igreja Católica de Portugal desde a década de 1950

Da Redação

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Papa Francisco durante evento em Portugal
REUTERS/Pedro Nunes

No primeiro dia em Portugal para participar da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco se reuniu, nesta quarta-feira (2), com 13 vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero português. Em relatório divulgado em fevereiro, o documento aponta que pelo menos 4.815 crianças foram abusadas por membros da Igreja desde a década de 50. 

Segundo o Vaticano, o encontro durou mais de uma hora e decorreu “em uma atmosfera de escuta intensa”. O líder da Igreja Católica recebeu as vítimas na Nunciatura Apostólica de Lisboa, residência do pontífice durante a estadia em Portugal. 

No encontro, alguns representantes das instituições da igreja portuguesa, que são responsáveis pela proteção de menores, também estiveram presentes. Em discurso, Francisco afirmou que os escândalos desfiguram o rosto da igreja. 

“A desilusão e aversão que muitos nutrem em relação à Igreja, se deve, às vezes, ao nosso mau testemunho e aos escândalos que desfiguraram o seu rosto e que nos chamam a uma humilde e constante purificação, partindo do grito de sofrimento das vítimas, que sempre se deve acolher e escutar”, declarou o pontífice. 

Quase 5 mil abusos no clero português 

Em entrevista coletiva, Catarina Vasconcelos, parte da comissão, informou que as vítimas reportaram que grande parte tem “perturbações de ansiedade e de humor depressivo, alterações do sono, do padrão alimentar, da imagem do corpo e da vivência da própria sexualidade”. 

Para a comissão, os 4.815 casos são apenas “a ponta do iceberg” e mais jovens podem ter sido vítimas de abusos sexuais. A comissão também identificou que 60% dos abusos ocorreram entre as décadas de 1960 e 1980. Além disso, o estudo revela que a maior parte das crianças foi abusada mais de uma vez e que 27,5% dos abusos ocorreram por mais de um ano. 

Segundo a análise, a maioria dos menores tinha em média 11 anos de idade. A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica confirmou que pelo menos sete vítimas dos abusos cometeram suicídio e que 21,6% das vítimas reportaram consequências psicológicas e físicas. 

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