Papa pede que Nossa Senhora livre o povo brasileiro do ódio e da intolerância

Francisco fez menção ao recordar beatificação da menina Benigna Cardoso da Silva

Da Redação

Papa Francisco participa da audiência geral semanal no Vaticano, em 26 de outubro de 2022. REUTERS/Remo Casilli
Papa Francisco participa da audiência geral semanal no Vaticano, em 26 de outubro de 2022.
REUTERS/Remo Casilli

O Papa Francisco se dirigiu ao Brasil nesta quarta-feira (26) durante a tradicional audiência na Praça São Pedro, no Vaticano, e pediu à Nossa Senhora Aparecida que proteja o povo brasileiro e o livre do "ódio" e da "intolerância". 

Ao final da Audiência-Geral, compromisso semanal com fiéis, a autoridade máxima da Igreja Católica fez a declaração a peregrinos em saudação feita em vários idiomas. Ao fazer referência à padroeira brasileira, Francisco afirmou rezar para que a Santa livre a população também da violência. 

"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência", afirmou o Santo Padre.

A fala do líder religioso acontece a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais e duas semanas depois de militantes bolsonaristas terem causado tumulto no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Durante a campanha eleitoral, lideranças católicas têm sido alvos de episódios violentos motivados por convicções políticas. Na semana passada, um padre foi hostilizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto celebrava a missa, no Paraná. Nas redes sociais, o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer também foi alvo de bolsonaristas por usar uma veste sacerdotal na cor vermelha.

Benigna

Em seu discurso, o papa citou a beatificação de Benigna Cardoso da Silva, mais conhecida como menina Benigna. Ela foi reconhecida pela igreja, na segunda-feira (24), em cerimônia no município do Crato, Interior do Ceará. O pontífice saudou a jovem mártir nesta quarta, enfatizando que "seu exemplo nos ajude a ser generosos".

O título de beata já havia sido concedido pelo Vaticano à cearense em outubro de 2019, mas demorou a ser oficializado por causa da pandemia de Covid-19. Assassinada a golpes de facão em 1941, a adolescente foi morta por um rapaz de 17 anos que tentou violentá-la.

Leia a fala do Papa na Íntegra:

“Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em especial quantos vieram de São Salvador da Bahia, Anicuns, Taubaté e São Paulo. Queridos irmãos e irmãs, anteontem, em Crato, no Estado brasileiro do Ceará, foi beatificada Benigna Cardoso da Silva, uma jovem mártir que, seguindo a Palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade. O seu exemplo nos ajude a ser generosos discípulos de Cristo. A vida do mundo depende do nosso testemunho coerente e alegre do Evangelho. Um aplauso à nova beata! Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência”.

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