O Papa Francisco se manifestou nesta segunda-feira (26) contra a possibilidade de uso de energia atômica nos conflitos provocados pela Rússia na guerra contra a Ucrânia.
"Desejo reiterar que o uso da energia atômica para fins de guerra é, hoje mais do que nunca, um crime não só contra a dignidade humana, mas contra toda a possibilidade de futuro na nossa casa comum”, disse o Papa.
Os Estados Unidos alertaram neste domingo (25) o governo russo sobre “consequências catastróficas” caso armas nucleares sejam utilizadas na guerra contra a Ucrânia. Na semana passada, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse estar preparado para utilizar todas as armas para garantir a segurança e o domínio das áreas conquistadas por Moscou.
O governo Joe Biden passou a mensagem ao Kremlin de que os americanos estão prontos para defender os ucranianos e agir em caso de um ataque nuclear.
As declarações sobre a disposição dos EUA atuarem em uma possível escalada das tensões na região foram transmitidas pelo conselheiro de segurança da Casa Branca, Jake Sullivan. Em entrevista ao canal americano NBC, ele não deu detalhes sobre as medidas exatas que podem ser tomadas, mas disse feito o detalhamento aos russos.
Também falando a um veículo da imprensa americana, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, disse que o mundo não pode acreditar que as falas de Putin sejam um blefe.
A ameaça sobre o uso de armas nucleares no conflito ocorre no momento em que quatro regiões ucranianas votam em um referendo russo sobre a anexação das áreas, que representam 15% do território do país, por Vladimir Putin.
A votação segue até terça-feira (27) e a comunidade internacional já se adiantou ao afirmar que não reconhecerá o resultado. No fim de semana, Zelensky disse que o plebiscito era ilegal e acusou soldados russos de coação para que os eleitores apoiassem o lado russo.
Diferente das bombas disparadas pelos americanos no fim da Segunda Guerra Mundial, o arsenal russo conta com as chamadas bombas estratégicas. São pequenas armas que podem transportar ogivas nucleares para alvos específicos. O poder de destruição é concentrado nessas situações.
Diferentes discursos na Assembleia-Geral da ONU têm destacado a guerra e suas consequências econômicas e sociais.