Em retomada da sessão para votação da “PEC Kamikaze”, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira (13) que a falha no “infoleg”, o sistema de votação remoto da Casa, “não é normal”.
"É sério o que aconteceu ontem. A pane que aconteceu não é normal", disse Lira na abertura da sessão desta quarta-feira. O presidente da Câmara destacou que a “votação foi impedida pela conexão” de servidores duas empresas de internet que não teriam dado resposta à Casa sobre as falhas.
A PF (Polícia Federal) abriu procedimento de apuração sob responsabilidade da Superintendência da PF no Distrito Federal. Agentes da corporação estiveram na Câmara e recolheram dados relacionados à falha, assim como informações sobre todos os logins feitos no sistema no período.
Arthur Lira destacou que a falha tem indícios de crime. “Não é possível ocorrer uma falha nos serviços de duas empresas ao mesmo tempo", disse. “Isso é interferir no trabalho livre e autônomo do legislativo”, completou.
Em nota, a PF informou que uma equipe técnica esteve no local e fez as primeiras verificações para apurar falhas na internet e inconsistências no sistema de votação da Casa. Segundo o órgão, foi instaurado procedimento preliminar de apuração e “as diligências continuam a fim de esclarecer prontamente o ocorrido”.
Dois servidores de internet caíram ou, segundo Lira, “foram cortados automaticamente no mesmo período”.
A instabilidade no servidor impossibilitou a votação remota dos deputados na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Benefícios.
O presidente da Câmara disse que não há fraude na votação do painel, mas criticou a frequência com que falhas tem afetados as votações. A PEC foi aprovada em primeiro turno dessa terça-feira.