O pai da menina de 12 anos sequestrada no Rio de Janeiro e mantida em cárcere privado em São Luís, capital do Maranhão, afirmou que o suspeito, identificado como Eduardo Noronha, de 25 anos, usou uma identidade falsa para fingir ser irmão da adolescente. A declaração foi dada em entrevista ao Grupo Bandeirantes nesta segunda-feira (20).
Após ser encontrada e voltar para a casa na semana passada, a menina contou aos pais que o carro em que estava chegou a ser parado pela polícia, mas o homem mostrou o documento falso, o que permitiu a continuidade da viagem.
A viagem foi feita em um carro chamado por aplicativo, normalmente usado para transporte dentro de uma mesma cidade, e custou R$ 4 mil. O motorista já foi identificado.
O pai da menina também afirmou que, há dois anos, ele chegou a proibir a filha de usar o celular, depois de ter encontrado uma conversa dela com o Eduardo. Mas a filha, ao apresentar sintomas de depressão, prometeu que o excluiria das redes sociais, o que fez o responsável devolver o aparelho.
O pai da menor contou que ele e a esposa nunca suspeitaram que as conversas ainda aconteciam. Nas mensagens, Eduardo chegou a oferecer um celular caro para a vítima.
A menina desembarcou no Rio na última quinta-feira (16) e foi direto para a delegacia prestar depoimento. Agora, ela usa o celular com uma supervisão maior dos pais.
Já Eduardo chegou a ser preso, mas foi colocado em liberdade provisória por decisão da Justiça do Maranhão, que o monitora por tornozeleira eletrônica. O Ministério Público do estado recorreu da decisão.
O pai da vítima classifica a soltura como uma injustiça. A defesa de Eduardo nega as acusações de cárcere e de ter beijado a menina. No entanto, segundo a polícia, o homem admitiu que beijou a vítima.
A prática do beijo, por si só, é considerada estupro de vulnerável, segundo a legislação brasileira. Um exame constatou que não houve conjunção carnal.