Cinquenta e seis mulheres não estão fazendo o tratamento correto para o câncer por causa da falta de um remédio de alto custo na rede pública de São Paulo. O medicamento é o Pertuzumabe, de 840 mg. As pacientes são do hospital Pérola Byington, na capital paulista.
Há três meses, a Rádio Bandeirantes fez uma reportagem denunciando a falta do remédio. Um dia depois da matéria, o governo estadual repôs o estoque. Na época, 20 mulheres interromperam o tratamento. Agora o número é quase o triplo.
Segundo oncologistas, esse medicamento é responsável para conter a evolução do câncer durante as sessões de quimioterapia. Uma funcionária do hospital admitiu a falta do remédio e afirmou que, especialmente em ano eleitoral, isso não poderia acontecer.
“Na verdade, a gente não tinha a droga. A secretaria mandava uma maneira de atender. Depois daquele episódio, a secretaria veio dizendo que era ano eleitoral e que não faltaria a droga e que era para liberar para todo mundo. Quando começou a faltar eu levantei o e-mail, que eles mandaram, dizendo que eles bancariam e até agora ninguém entregou para gente”, disse.
Após a exibição e publicação desta reportagem, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que até amanhã será normalizada a oferta do medicamento. O secretário esteve hoje na solenidade em que foi anunciado que os Ambulatórios Médicos de Especialidades de São Paulo passarão a ter diagnóstico e tratamento contra o câncer.
Os AMEs de Taubaté, Itapetininga, Santo André, Dracena e Mogi das Cruzes serão os primeiros a ter o serviço. Segundo o governo do Estado, “as unidades ganham em complexidade e vão prestar atendimento com exames, consultas, cirurgias e sessões de quimioterapia”.
Nota da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que o medicamento Pertuzumabe 840 mg é de responsabilidade de aquisição e distribuição do Ministério da Saúde, que vem realizando as entregas de forma irregular. O medicamento foi entregue nesta terça-feira (21) ao Hospital Pérola Byington para que as pacientes continuem dando sequência ao tratamento oncológico. Importante destacar que nenhum paciente da unidade teve o tratamento interrompido.
