O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta sexta-feira (18) que não há separação entre o governo e a Petrobras. Segundo ele, a União deveria criar uma conta com os lucros da empresa para proteger os preços de fatores externos, se o governo não quer interferir na governança da estatal.
“Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o Governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise. Afinal, é inexistente a dicotomia Petrobras e Governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo Governo. Além disso, medidas semelhantes estão sendo adotadas por outros países em favor de sua economia e de sua população”, afirmou em nota.
Pacheco concluiu dizendo que o “Senado aprovou inúmeras matérias legislativas que estavam ao seu alcance e agora espera medidas rápidas e efetivas por parte da Petrobras e de sua controladora, a União”.
"Já que o governo é contra discutir a política de preços da empresa e interferir na sua governança, a conta de estabilização é uma alternativa a ser considerada", conclui a nota.
Centrão
Deputados e senadores do Centrão, além de integrantes do governo que compõem o grupo, criticam a política de preços da Petrobras. Com o anúncio de novo aumento no valor do diesel e da gasolina, os políticos, que são aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), dispararam ataques em pronunciamentos e mensagens na internet.
Simultaneamente, o grupo articula um pedido de renúncia imediata do presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho e uma quebra de “monopólio da estatal”.
A Petrobras concentra em suas refinarias a produção de quase todos os combustíveis distribuídos nos postos do País. O mercado, porém, é aberto a outros concorrentes há mais de 20 anos.
A ausência de concorrência está ligada ao controle estatal da gigante do petróleo, pois isso inibe a entrada de empresas capazes de concorrer com uma tão grande e antiga quanto a Petrobras.