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Operação resgata 56 pessoas em condições análogas à escravidão em Uruguaiana

Entre as vítimas, estão dez menores de idade que trabalhavam em lavouras de arroz

Da redação

Operação resgata 56 pessoas em condições análogas à escravidão em Uruguaiana
Reprodução/Polícia Federal

Pelo menos 56 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em duas fazendas de arroz na região de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O resgate, que ocorreu na sexta-feira (10), é resultado de uma operação conjunta entre a Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho e a Gerência Regional do Trabalho. 

Segundo dados do MPT, este é o maior resgate já registrado na região. Dos resgatados, 10 eram adolescentes com idades entre 14 e 17 anos. Eles trabalhavam fazendo o corte manual do arroz vermelho e a aplicação de agrotóxicos, sem equipamentos de proteção, e chegavam a andar jornadas extenuantes antes mesmo de chegarem à frente de trabalho. 

A operação foi realizada em duas propriedades rurais, após uma denúncia informar a presença de menores de idade na propriedade, trabalhando sem carteira assinada. Os trabalhadores eram da própria região, oriundos de Itaqui, São Borja, Alegrete e da própria Uruguaiana.

Os trabalhadores faziam o corte manual de arroz vermelho com instrumentos inapropriados, muitos usando apenas uma faca doméstica com serra. Além disso, aplicavam agrotóxicos com as mãos. Muitas vezes, os trabalhadores andavam 50 minutos em pleno sol para chegar ao local de trabalho. A comida e as ferramentas de trabalho eram por conta dos empregados. 

Segundo o MPT, nessas condições, a comida estragava e os trabalhadores não comiam nada o dia inteiro. Se algum deles adoecesse, teria remuneração descontada.

O empregador foi preso em flagrante por redução à condição análoga a de escravo (Art. 149 do Código Penal), foi conduzido à Polícia Federal e será encaminhado ao Sistema Penitenciário. Os trabalhadores devem receber três parcelas de seguro-desemprego e foram encaminhados de volta para casa. 

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