O pai de Mauro Cid, general da reserva Lourena Cid, tirou uma foto de uma escultura para fazer a negociação do objeto que Jair Bolsonaro (PL) ganhou durante uma viagem internacional. No momento que fez o registro, o reflexo do rosto aparece na fotografia (veja acima).
Segundo a Polícia Federal, esse foi um dos elementos que corroboram para que o pai de Mauro Cid fosse alvo da operação, que investiga o ex-ajudante de ordens e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro por desvio de bens.
No documento que a Band teve acesso, após a fotografia com o reflexo de Lourena Cid, Mauro Cid envia a seu pai uma pesquisa do Google de uma empresa com endereço na Flórida, nos Estados Unidos, que é especializada na compra de diamantes.
A PF identificou a origem e propriedade das esculturas douradas (árvore e barco) recebidas por Lourena Cid a partir de pesquisas realizadas, encontrando uma imagem de Bolsonaro recebendo uma árvore semelhante à das fotos enviadas pelo Lourena Cid ao ex-ajudante de ordens.
“A entrega da referida árvore ocorreu em 16/11/2021 no Encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, no Reino do Bahrein”, informou a Polícia Federal.
Segundo a Polícia Federal, as esculturas foram transportadas para os Estados Unidos no mesmo avião presidencial que levou Jair Bolsonaro ao país, no final de dezembro de 2022, ou seja, às vésperas do fim do mandato do político.
A Polícia Federal também teve acesso a mensagens onde Mauro Cid revela que o pai estaria com US$ 25 mil, possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro. No texto, o ex-ajudante de ordens informa que tem receio de utilizar o sistema bancário para repassar o dinheiro ao ex-presidente e sugere entregar os recursos em espécie, por meio de Lourena Cid.
“Tem 25 mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (...)”, diz trecho do documento da PF.
Fazenda de Piquet
A fazenda do ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, foi alvo da “Operação Lucas 12:2” da Polícia Federal. O local teria sido utilizado como depósito dos presentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os agentes da Polícia Federal, ao comparecerem na fazenda, não encontraram nada.
Os policiais queriam saber se, no local, havia algum resquício, se algum presente ficou na fazenda.