O ministro Flávio Dino e o ministro da Controladoria-Geral da União Vinícius de Carvalho mostraram os dados levantados pela Polícia Rodoviária Federal da operação feita pelo órgão durante o segundo turno das eleições. Em coletiva de imprensa feita nesta quinta-feira (20), o ministro da Justiça e Segurança Pública citou que a operação foi maior do que na época de São João, em que há mais movimento nas estradas do Nordeste. 

Segundo Dino, houveram casos de operações em estados feitas em 30 de outubro que ultrapassaram o total de operações nos mesmos locais em todo o ano de 2022. “Analisamos que há três anormalidades retratadas no documento enviado pela PRF para a CGU”, afirma. 

O ministro listou as anormalidades que cita. A primeira, segundo Dino, é o número expressivo de operações na região no que nas demais. “A segunda anomalia foi a mudança de planejamento, em que, aquilo que foi programado foi duplicado objetivamente com a alocação de mais recursos”, pontua e completa:

“A terceira anomalia houve a determinação que PRF atuasse com mais rigor em parceria com a PF. Estes fatos estão entregues oficialmente à CGU e entregues à PF”. 

R$ 3 milhões foram gastos em operação no Nordeste

Segundo Flávio Dino, houve uma mudança de planos entre o primeiro e segundo turno. “Ultrapassado o primeiro turno, a PRF informou à CGU que houve uma determinação de que houvesse um planejamento específico para o segundo turno e que alocasse mais dinheiro para fortalecer a segurança no segundo turno”, afirma. 

Ele aponta que a PRF cumpriu o pedido e alocou R$ 3 milhões em verbas para a operação, dividindo gastos entre efetivos, pagamento de folga para agentes que não estariam de plantão e aumento de efetivo nos locais. 

Números mostram concentração no Nordeste

Ao mostrar números da operação, Flávio Dino mostra a concentração de recursos e efetivos em operações no Nordeste. Os pontos de fiscalização da PRF no Nordeste foram 290, ante a 193 no Sudeste. No gráfico, o Sul teve 191 pontos, o Centro-Oeste 153, o Sul 191 e o Norte 96. 

Sobre o efetivo, Dino citou que 795 agentes foram chamados para a operação na região Nordeste. Ele comparou os números e mostrou que 230 agentes foram convocados para a operação no Norte, 528 no Sudeste, 418 no Sul e 391 no Centro-oeste.

“O plano de distribuição de indenização por repouso remunerado, ‘quando compramos a folga’, tivemos também como vimos, uma concentração de recursos mais expressivo na região Nordeste”, explica. 

Das fiscalizações, Dino afirmou que os ônibus fiscalizados foram “310 no Norte, 2185 no Nordeste, 571 no Sudeste, 632 no Sul e no Centro-oeste 893”. “Então vejam que há uma convergência ente os números e mostra a anormalidade na operação realizada no segundo turno”, analisa Dino.