Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal em conjunto com a Polícia Civil deflagraram a Operação Nero, com o objetivo de prender e fazer buscas e apreensão de pessoas que participaram dos atos de vandalismo em 12 de dezembro, em Brasília. Em coletiva, a PF confirmou que 11 mandados de prisão foram emitidos, sendo que quatro pessoas já foram detidas.
As prisões confirmadas pelos órgãos ocorreram em Rondônia (2); no Rio de Janeiro (1); e no Distrito Federal (1).
Além dos mandados de prisão, outros 21 de busca e apreensão foram expedidos e cumpridos durante a operação, que acontece nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
“A partir das investigações, e como não poderia deixar de ser, houve uma convergência com relação aos alvos que teriam cometidos esses crimes a partir das representações tanto da Polícia Federal quanto da Polícia Civil. Ocorreu a decisão do ministro Alexandre de Moraes com relação a alguns mandatos que hoje estamos cumprindo fazendo a deflagração e a parte ostensiva da operação”, informou o diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Cleo Mazzotti, as investigações são, efetivamente, “sobre os atentados, sobre os atos criminosos que aconteceram em 12 de dezembro”.
“Eu gostaria de deixar bastante claro que as investigações foram feitas de forma bastante célere. No dia 16 de dezembro, a Polícia Federal, por meio da superintendência regional, estava representando por medidas judiciais e é uma investigação, como toda da polícia judiciária, tem que identificar, individualizar condutas, não é tão simples ou fácil, mas foi feito como prioridade”, informou o delegado.
Na coletiva, também estava presente o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, que disse que a operação “é uma resposta do Estado”. “Essas pessoas que, por ventura, estão fugindo dos seus limites de manifestação ideológica, a Polícia Federal e a Polícia Civil volta a dizer que não irá se furtar das suas atribuições e dos compromissos constitucionais em defesa da sociedade”.
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse em rede social que a operação visa garantir o Estado de Direito "na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo".