A Polícia Federal, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Centro Tático Aéreo do Maranhão deflagrou, nesta terça-feira (27), a operação “Grimpas - Dupla Usurpação”, com o objetivo de reprimir a extração ilegal de ouro e danos ambientais, em área de proteção ambiental das Reentrâncias Maranhenses.
A ação ocorreu nos municípios de Godofredo Viana e São Luís, no estado do Maranhão, e mobilizou mais de 130 agentes públicos, que cumpriram seis mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 8ª Vara Federal Ambiental e Agrária da SJMA, sendo cinco em domicílios, e um em toda a área do garimpo ilegal.
No cumprimento das medidas, uma pessoa foi presa em flagrante. Os agentes da Polícia Federal encontraram, em sua residência, armas de fogo e 415 gramas de ouro.
A operação é decorrente de inquérito policial instaurado para apurar atividade de mineração clandestina, com utilização de tratores, escavadeiras, dentre outros equipamentos voltados ao beneficiamento de ouro.
Segundo a PF, foi constatado que a atividade clandestina funcionava com a utilização de dragas, bicos de jato e escavadeiras hidráulicas, causando diversos danos ambientais, como a supressão de vegetação, a erosão do solo, a contaminação dos corpos hídricos, decorrentes do uso de mercúrio, além da destruição de habitats naturais.
“No curso da investigação, que contou com a utilização de geotecnologia, imagens de altíssima resolução e análise do cadastro ambiental rural, foram identificadas as pessoas envolvidas na atividade de garimpo ilegal (principais garimpeiros da região), além dos donos das terras, tratando-se de pai e filho. Estes cobravam um percentual do valor do ouro extraído no local. Um dos investigados já foi prefeito de Godofredo Viana/MA, e já é réu pela mesma prática dos crimes, decorrente de outro inquérito policial”, informou a PF.
Na ação, foram apreendidos e, em seguida, destruídos/inutilizados equipamentos voltados para a extração e beneficiamento do ouro retirado de forma ilegal.
Os investigados responderão pela prática de contrabando, receptação qualificada e diversos crimes ambientais, além do crime de usurpação de bens da União, por explorar sem autorização legal recurso mineral, bem que pertence ao país, o que causa graves prejuízos aos cofres públicos.