Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro do ano passado, cerca de 20 mil bebês nasceram no “inferno” do guerra na Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta sexta-feira (19).
Segundo o porta-voz da agência da ONU, Tess Ingram, nos 105 dias da escalada na Faixa de Gaza, significa que “um bebê nasce a cada 10 minutos nesta horrível guerra”.
“Na semana passada, passei um tempo com mães no Hospital dos Emirados em Rafah, na Faixa de Gaza. A situação das mulheres grávidas e dos recém-nascidos é inacreditável e exige ações intensificadas e imediatas”, disse o porta-voz.
“Tornar-se mãe deve ser um momento de celebração. Em Gaza, é mais uma criança entregue ao inferno. A humanidade não pode permitir que esta versão distorcida do normal persista por mais tempo. As mães e os recém-nascidos precisam de um cessar-fogo humanitário”, pontuou.
Tess Ingram reforça que a situação, que já era precária, da mortalidade infantil e materna à medida que o sistema de saúde em Gaza entrou em colapso. “As mães enfrentam desafios inimagináveis ??no acesso a cuidados médicos, nutrição e proteção adequados antes, durante e depois do parto”, acrescentou.
O porta-voz do Unicef, em declaração à imprensa, declarou que o hospital em Rafah, na fronteira com o Egito, atende a maioria das mulheres grávidas na Faixa de Gaza. Elas lutam conta condições de superlotação e recursos limitados. Segundo ele, os funcionários são forçados a dar alta para as mães três horas após uma cesariana.
“Essas condições colocam as mães em risco de abortos espontâneos, nados-mortos, parto prematuro, mortalidade materna e trauma emocional. O trauma da guerra também afeta diretamente os recém-nascidos, resultando em taxas mais elevadas de subnutrição, problemas de desenvolvimento e outras complicações de saúde”, afirmou.
“Ver bebês recém-nascidos sofrerem, enquanto algumas mães sangram até a morte, deveria nos manter acordados à noite. Saber que duas crianças israelenses raptadas no dia 7 de outubro, ainda não foram libertadas também deverá manter-nos acordados”, finalizou.