As Nações Unidas cobraram investigações rápidas e completas sobre a morte do homem colocado no porta-malas com gás por policiais rodoviários federais, no Sergipe.
O chefe da ONU Direitos Humanos na América do Sul afirmou que "é fundamental que as investigações cumpram com as normas internacionais" e que os agentes envolvidos na ação "sejam levados à justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima".
Jan Jarab classificou a morte como "chocante" e disse que o escândalo "coloca mais uma vez em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil".
O caso ganhou repercussão nacional e internacional após a divulgação do vídeo da abordagem.
As imagens mostram o momento em que os policiais jogam spray de pimenta e gás lacrimogênio no porta-malas, enquanto Genivaldo de Jesus dos Santos, de 38 anos, é impedido de sair. Um laudo do IML aponta que o homem morreu asfixiado.
Vídeo: homem morre em porta-malas de viatura da PRF
“Nordeste Seguro”
Os agentes que assinam a ocorrência são integrantes do Comando de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal no Sergipe e assumem, em documento oficial, compor a “equipe de motopoliciamento tático [que] efetuava policiamento e fiscalização” responsável pela detenção que terminou com a morte de Genivaldo.
Três agentes aparecem nas imagens colocando Genivaldo na traseira da viatura da PRF, e um deles parece atirar uma bomba de gás no compartimento, o que faz surgir uma nuvem de fumaça. Em seguida, seguraram a porta quase que inteiramente fechada para que a vítima e o gás permaneçam dentro do veículo. É possível ver as pernas do homem para fora, se debatendo, e ouvir seus gritos de desespero.
Um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) divulgado na quinta (26) mostra que a causa da morte foi asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Os policiais participavam de uma operação chamada “Nordeste Seguro” quando prenderam Genivaldo.