A contagem de mortos após as enchentes catastróficas na cidade de Derna, na Líbia, já é de em torno de 11,3 mil, informou neste domingo (17/09) o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH).
Segundo a entidade, ao menos 10,1 mil pessoas continuam desaparecidas. Em outras partes do leste da Líbia, foram contabilizadas pelo menos 170 mortes. "Esses dados devem aumentar, enquanto as equipes de busca e resgate trabalham incansavelmente pra encontrar sobreviventes", disse a ENUCAH, em nota.
Mais cedo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que quase 4 mil corpos de vítimas das enchentes já haviam sido identificados, número confirmado por um grupo de pesquisadores e analistas líbios.
No dia 10 de setembro, a Líbia foi atingida por uma forte tempestade, que também causou transtornos na Grécia, Bulgária e Turquia. As fortes chuvas causaram o rompimento de duas represas localizadas acima de Derna, o que resultou na destruição de áreas inteiras da cidade de 100 mil habitantes.
Demora no início das operações de resgate
Uma semana após a catástrofe em Derna, os trabalhos das equipes de ajuda internacional que chegaram à Líbia finalmente começavam a ganhar ritmo. As buscas por corpos e sobreviventes se intensificaram.
As agências humanitárias da ONU alertam que os moradores da cidade, entre os quais, 30 mil desabrigados, precisam urgentemente de água, alimentos, abrigos e recursos básicos, em meio ao risco de doenças e problemas de saúde como o cólera, diarreia, desidratação e desnutrição.
Equipes de resgate chegaram de países como a França, Irã, Rússia, Arábia Saudita, Tunísia, Turquia e Emirados Árabes, além de outros cujas equipes estão a caminho.
Guerra civil prejudica esforços
Os esforços vem sendo prejudicados pela divisão política da Líbia, que vive uma guerra civil desde a queda do ditador Muammar Kadafi, deposto e assassinado em 2011.
O conflito fez com que fossem divulgados dados conflitantes sobre a tragédia, de entre 5 mil e 11 mil mortos, No início da semana, o prefeito de Derna disse que o total de vítimas poderia chegar a 20 mil.
A Líbia é atualmente controlada por dois governos rivais. Um destes, com sede na capital Trípoli, é reconhecido internacionalmente. O outro, no leste do país, liderado pelo marechal Haftar, administra a região onde ocorreram as enchentes devastadoras.
rc (AP, AFP)