ONU aprova o plano de cessar-fogo para Gaza, não aceito pelo Hamas.

Por 14 votos e uma abstenção, a da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução

Por Moises Rabinovici

ONU inclui Israel e Hamas à “lista da vergonha”
REUTERS/Amir Cohen

Por 14 votos e uma abstenção, a da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução de apoio ao plano de cessar-fogo e libertação de reféns israelense, apresentado há alguns dias pelo presidente Joe Biden, na Casa Branca.

A resolução diz que Israel aceitou o próprio plano, mesmo depois de tê-lo rejeitado, e dirigiu toda a pressão para o Hamas, que ainda não respondeu se o aprova, mesmo depois de ter sinalizado que o rejeitava por não pôr um ponto final na guerra de oito meses.

O voto no Conselho de Segurança foi dado dois dias depois de uma operação de resgate em Gaza libertar quatro reféns ao preço de 270 mortos palestinos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Em Israel, um ministro do Gabinete de Guerra renunciou no domingo, deixando a coligação governamental com 64 cadeiras entre as 120 do Knesset, o Parlamento em Jerusalém.

Essa situação no lado palestino e no israelense trouxe de volta, pela oitava vez, o secretário de Estado americano Antony Blinken. Ele esteve nesta segunda-feira com o presidente do Egito e o primeiro-ministro Netanyahu, e deve seguir para a Jordânia, onde começará na terça-feira uma reunião de vários países árabes para definir uma ajuda humanitária e de reconstrução a Gaza.

A saída de Gantz deixou a ultradireita com mais espaço na coligação de Netanyahu. Os ministros ultranacionalistas não aceitam o plano de cessar-fogo e libertação de reféns que os EUA deram como aceito por Israel -- o que, se não paralisar as negociações, significará que Netanyahu ou cai, por se tornar minoritário no Parlamento, ou ele dissolve o Parlamento, tornando-se interino até que eleições sejam convocadas e um novo governo, empossado. Ou seja: o impasse pode permanecer até o ano que vem.

O júbilo pelo resgate dos quatro reféns, no sábado, já passou em Israel. O número de mortos palestinos abalou os israelenses, mesmo que culpem o Hamas por usar a população civil como escudo. Os outros reféns podem agora ser mortos, caso haja uma nova tentativa de libertá-los. E não ficarão mais em um local fixo.

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