O senador Omar Aziz (PSD-AM) rebateu as críticas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que pediu uma retratação de Lula por comparar os ataques israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto. O político também pediu um posicionamento da Casa sobre as mortes de palestinos no enclave.
“Vossa excelência (Rodrigo Pacheco) me tipifica, o que está acontecendo lá (Faixa de Gaza) com a morte de 10 mil crianças e mulheres e, até agora, quantos terroristas, que são terroristas sim do Hamais, foram mortos ou presos por pelo governo sionista de Israel?”, questionou Aziz.
Omar Aziz lembrou da pandemia da Covid-19, o senador presidiu uma CPI que investigou ações do governo Bolsonaro, que mais de 700 mil pessoas morreram e, segundo ele, não viu “nenhum histerismo na internet por parte da direita, nem por parte do Senado”.
“Me tipifique, o que é matar 30 mil inocentes e quantos terroristas foram mortos com esses ataques e tirar um milhão de palestinos, dizer: ‘vocês saiam daqui, vão para o Gueto, saiam daqui porque vamos atacar’. Me tipifique”, reforçou o senador.
Omar Aziz é filho de Muhamad Aziz, palestino que chegou ao Brasil em 1957, com 17 anos, ao fugir do Nakba (que significa catástrofe em árabe), conflito entre palestinos e israelenses que deu início à criação de Israel.
O que disse Pacheco?
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), criticou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Holocausto, quando comparou os ataques promovidos por Israel, na Faixa de Gaza, ao massacre nazista na Segunda Guerra Mundial.
O parlamentar também destacou que, apesar da declaração “equivocada”, a comparação citada “não representa o verdadeiro propósito” de Lula. Além disso, disse entender que o ideal seria uma retratação por parte do petista.
“Estamos certos de que essa fala equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente Lula, que é um líder global conhecido por estabelecer diálogos e pontes entre as nações, motivo pelo qual entendemos que uma retratação dessa fala seria adequada, pois o foco das lideranças mundiais deve estar na resolução do conflito entre Israel e Palestina”, ponderou Pacheco.
Sobre a postura de Israel em Gaza, enclave onde dezenas de milhares de civis já morreram, Pacheco destacou que, para críticas e sanções, há instâncias internacionais adequadas, a exemplo da Corte Internacional.
“Ainda que a reação perpetuada pelo governo de Israel venha a ser considerada indiscriminada e desproporcional, não há como estabelecer um comparativo com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo. Em relação à proporcionalidade da ação militar, existem instâncias próprias, da Comunidade Internacional, como a Corte Internacional de Justiça da ONU”, continuou o senador.