Omar Aziz: “Governo agiu criminosamente contra o povo brasileiro”

Senador revelou que CPI vai se reunir com juristas para analisar medidas na Justiça e fez mais ataques a Bolsonaro

Da Redação, com BandNews TV

Presidente da CPI afirmou que Bolsonaro cometeu diversos crimes em meio à pandemia no Brasil
Reprodução TV

Em entrevista ao Ponto a Ponto, programa da jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda no BandNews TV nesta quarta-feira (21), o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que Bolsonaro cometeu diversos crimes em meio à pandemia no Brasil.

“Não é um criminoso qualquer, é o presidente da República”, disse o presidente da CPI da Pandemia, para depois completar. “No meu ponto de vista, o governo agiu criminosamente contra o povo brasileiro”. Veja a entrevista na íntegra abaixo:

E o senador amazonense não economizou nos ataques ao presidente. Com a análise da primeira fase dos documentos que chegaram à comissão no Senado, Aziz listou uma série de crimes pelos quais o governo federal seria responsável em meio às mais de 545 mil vítimas da covid-19: contra a vida, crime sanitário, prevaricação, ações coordenadas pelo chamado “gabinete paralelo” do Planalto, difusão de notícias falsas e ênfase na promoção de medicamentos e tratamentos sem comprovação científica para combater o coronavírus.

“Na composição desses primeiros três meses, tem coisas que estão consolidadas, são fatos consolidados para a gente, que eu acho que nem precisa investigar mais porque isso aí estará no relatório final”, garantiu. Citando um estudo, ele disse que ao menos 200 mil mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil caso o governo tivesse tomado medidas adequadas.

Aziz disse que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) vai se reunir com juristas ainda nesta semana para saber que medidas na Justiça poderão ser tomadas levando em conta as descobertas de crimes pela comissão.

O líder da CPI rebateu as falas de Bolsonaro dizendo que o negócio para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, sob suspeita de irregularidades dentro do Ministério da Saúde, não foi adiante e, portanto, não é evidência de corrupção no governo.

 “Aí o presidente diz: ‘Não, não tem corrupção’. Ora, se eu te der um tiro, Lavareda, e não te matar, a minha intenção era te matar. A intenção do governo era fazer intermediação que era negócio para algumas pessoas”, cravou, alegando que o governo, preteriu vacinas dos laboratórios da Pfizer e da Sinovac/Butantan, mais consolidadas e baratas, apostando no negócio pelo imunizante indiano.

O senador ainda criticou veementemente a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, envolvida em novas denúncias de promoção e treinamento de profissionais de saúde durante a crise sanitária no Amazonas para difundir o chamado “Kit Covid", com medicamentos sem eficácia comprovada.

Ainda disse que “teria prazer” se pudesse ter ordenado a prisão do empresário Carlos Wizard – empresário que seria integrante do “gabinete paralelo” e que ficou em silêncio no depoimento à comissão.

Ele ainda voltou a classificar como “desproporcional” a nota emitida pelo Ministério da Defesa sobre sua fala de “membros das Forças Armadas envolvidos em falcatruas”, dada à época do depoimento do ex-diretor de logística da Saúde Roberto Dias, acusado de pedir propina de US$ 1 por vacina oferecida por Luiz Dominghetti, vendedor da Davati. Ele repetiu que se referia a poucos membros da Defesa e que não será intimidado. “Não tenho mais idade para isso”, garantiu.

Apesar da reação das Forças Armadas, Aziz acredita que não exista atualmente no Brasil um contexto para um possível golpe militar, como o ocorrido em 1964.

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