Oito PMs são afastados por suspeita de envolvimento em execução de Vinícius Gritzbach

Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse também que policiais foram convocados para depoimentos e que seus celulares foram apreendidos

Da Redação

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) decidiu afastar oito policiais militares por suspeita de envolvimento na morte de Vinícius Gritzbach, empresário que foi executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Segundo um comunicado, a instituição abriu um inquérito há mais de um mês que investiga a participação dos homens na escolta de Gritzbach.

“O documento, confirmando o afastamento de todos os militares, foi assinado pelo coronel Fábio Sérgio do Amaral, chefe da Corregedoria da PM e integrante da força-tarefa. Os agentes já foram chamados pela Corregedoria da PM para prestar esclarecimentos no inquérito militar que apura o envolvimento do grupo na escolta do homem assassinado, atividade que fere o regulamento disciplinar da instituição. Os celulares de todos os policiais que estavam no dia do crime foram apreendidos e passam por análise”, diz a nota.

A organização também informou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha os policiais que foram citados no acorde de delação premiada do empresário.

“Para que possamos fazer um afastamento, pela lei orgânica, é necessário um procedimento administrativo disciplinar que não paire dúvidas sobre autoria e materialidade. É isso que estamos buscando via inquérito para reunir o maior número de provas”, frisa o delegado Artur Dian.

Gritzbach, que era réu pelo assassinato de duas pessoas ligadas ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), tinha, segundo a SSP, quatro policiais militares em sua equipe de segurança. No dia da execução, parte desses seguranças atrasou e não foi até o aeroporto. Os quatro policiais foram afastados e estão sendo investigados.

No dia 31 de outubro, ele confirmou à Corregedoria da Polícia Civil, a delação que havia feito ao Ministério Público do Estado de São Paulo contra policiais civis, no qual os denunciou por extorsão. Oito dias depois, ele foi assassinado. O secretário de Segurança Pública (SSP-SP), Guilherme Derrite, anunciou  a criação de uma força-tarefa para investigar o crime. 

Morte do delator do PCC

O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e até um relógio Rolex. 

Vinicius Gritzbach, que negociava uma delação premiada com o Ministério Público, entregou esquemas do PCC e também denunciou extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo. Na denúncia, o MPSP diz que o empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas.

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução. A corporação declarou, por meio de comunicado, que a investigação será realizada de forma integrada com Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição.  Para investigar a execução no Aeroporto de Guarulhos, a Secretara de Segurança Pública instalou uma força-tarefa, que será coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves. 

Além dele, participam o delegado Caetano Paulo Filho, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil; a delegada do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Ivalda Aleixo; o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do Centro de Inteligência da PM; o coronel Fábio Sérgio do Amaral, da Corregedoria da PM; e a perita criminal Karin Kawakami de Vicente.

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