O que é racismo ambiental? Conheça termo usado pela ministra Anielle Franco

Expressão viralizou nas redes sociais após chuvas intensas que atingiram o estado do Rio de Janeiro, deixando rastro de destruição e mortos

Por Luiza Lemos

Chuvas afetaram população mais pobre no Rio de Janeiro
REUTERS/Pilar Olivares

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro no último fim de semana deixaram um rastro de destruição em boa parte da capital fluminense e pelas cidades do estado. 12 pessoas morreram e duas estão desaparecidas. Com a emergência, o governo federal entrou em ação para evitar maiores consequências aos moradores da região, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que causou polêmica nas redes sociais ao usar o termo ‘racismo ambiental’. 

Pelo X, antigo Twitter, Anielle Franco citou que acompanhava os efeitos da chuva e pontuou que as iminentes tragédias são “fruto dos efeitos do racismo ambiental e climático”. 

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A expressão ‘racismo ambiental’ usada por Anielle gerou debates nas redes sociais, mas não é nova: ela foi criada em meados dos anos 1980, pelo ganhador do Nobel da Paz, Benjamin Franklin Chavis Jr. e remete à discriminação e injustiças sociais que minorias étnicas sofrem em decorrência das mudanças climáticas. 

Segundo Mayra Goulart, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o termo foi criado quando estudiosos entenderam que as consequências da mudança do clima não atingem toda a população da mesma maneira. 

“A desigualdade climática é afetada pela desigualdade social. Então a distribuição dos impactos negativos da crise climática é desigual e atinge mais a população pobre, que, no caso do Brasil, é em maioria negra”, explica. 

“Uma vez que a desigualdade econômica tem também a questão racial, já que pessoas não-brancas e negras são mais pobres, esse é um fato que compõe um quadro dentro da desigualdade econômica, que causa o racismo ambiental”, pontua Mayra. 

Mayra pontua que para diminuir o racismo ambiental, é preciso mais políticas públicas. "O Estado precisa lidar com os efeitos do desgaste climático, sendo que são maiores na população pobre e negra, então é preciso ter políticas públicas focadas para essa população", avalia. 

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