O Taurus KEPD-350 é um míssil de cruzeiro lançado do ar, de origem teuto-sueca, fabricado pela empresa Taurus Systems e utilizado pelas Forças Armadas da Alemanha, da Espanha e da Coreia do Sul. A Taurus Systems é uma parceria entre a empresa alemã MBDA Deutschland (antiga LFK) e a sueca Saab Bofors Dynamics.
O Taurus KEPD-350 é um dos sistemas armamentícios mais modernos da Bundeswehr. O míssil guiado de 5 metros de comprimento e 1.360 kg é lançado por aviões de caça e, em seguida, acionado por um motor a jato, encontra ele mesmo seu alvo predeterminado no solo.
Com uma velocidade de até 1.170 km/h (ou seja, um pouco abaixo da velocidade do som), o Taurus voa a uma altitude de apenas cerca de 35 metros, o que o torna quase impossível de ser detectado pelo radar inimigo. Seu alcance é de até 500 quilômetros. Isso permite que os pilotos atinjam alvos a uma grande distância. Eles não precisam necessariamente entrar em espaço aéreo inimigo para lançar o Taurus.
O Taurus é usado contra qual tipo de alvo?
A Força Aérea Alemã fala em "alvos de alto valor" (high value target, na terminologia militar), como bunkers ou postos de comando a partir dos quais as tropas inimigas realizam operações. O Taurus é capaz de superar paredes grossas consecutivas de concreto reforçado. Para isso, o míssil sobe abruptamente pouco antes do alvo e o ataca de cima, num mergulho vertical com alta energia cinética.
Antes que a ogiva propriamente dita exploda, uma carga moldada explode e faz um buraco na parede do bunker. Por esse buraco penetra o chamado penetrador de metal, que pesa 400 quilos, e que usa sensores para medir a resistência que precisa superar. Isso permite ao Taurus penetrar em vários andares de um bunker antes que a ogiva exploda.
Como o Taurus chega ao seu alvo?
O Taurus usa quatro sistemas de navegação separados para manter o curso. O sistema GPS, baseado em satélite, é protegido contra tentativas de interferência. No que é conhecido como navegação de referência de terreno, o Taurus examina o solo e o compara com dados armazenados anteriormente.
Usando sensores de imagem, o Taurus também pode usar pontes, rios ou cruzamentos de estradas para se orientar. Além disso, o Taurus pode determinar a própria posição ao medir constantemente seu próprio avanço.
Como a Ucrânia usaria o Taurus?
Os mísseis Taurus dariam à Ucrânia a possibilidade de atacar também posições russas muito atrás da linha de frente. Isso permitiria à Ucrânia destruir rotas de suprimentos e centros de comando dos invasores russos. Em especial, a Ucrânia poderia atingir alvos na Crimeia, o que seria crucial para recuperar seu território.
A Ucrânia já dispõe do Storm Shadow, do Reino Unido, e dos mísseis de cruzeiro Scalp, da França. Ambos são sistemas semelhantes ao Taurus, mas de menor alcance.
Por que o governo alemão reluta?
Com o Taurus, a Ucrânia poderia atacar alvos em território russo. O governo alemão quer evitar isso por temer uma nova escalada na guerra. Por isso sobretudo o chanceler federal Olaf Scholz tem freado o envio de mísseis Taurus
A Rússia repetidamente alertou contra o fornecimento de sistemas de armas como o Taurus ou o ATACMS, dos EUA, para a Ucrânia, apesar de estar, ela mesma, usando mísseis de longo alcance para atacar cidades ucranianas.
Entretanto, dentro dos partidos da coalizão de governo na Alemanha e também entre partes da oposição, há repetidos pedidos para que os mísseis de cruzeiro Taurus sejam enviados à Ucrânia em breve. O argumento é que somente com eles a Ucrânia teria uma chance de se defender dos russos. No entanto, especialistas concordam que esse sistema de armas não causaria uma reviravolta real no andamento da guerra.
Quanto tempo a Alemanha precisa para fornecer o Tautus?
Dos cerca de 600 Taurus no arsenal da Bundeswehr, entre 150 e 300 devem estar operacionais. Os demais teriam que primeiramente serem preparados. O preço unitário é de cerca de 1 milhão de euros.
No entanto, o Taurus teria primeiramente que ser adaptado aos caças da Força Aérea da Ucrânia. Os mísseis Taurus da Bundeswehr foram projetados para uso com os jatos Tornado e Eurofighter.
Autor: Peter Hille