Nesta sexta-feira (10), foi divulgado que a inflação fechou o ano de 2024 em 4,83%, ficando acima do teto da meta estabelecida pela Banco Central (BC). Mas afinal das contas, o que significa essa meta e qual a sua importância?
A inflação nada mais é do que o aumento dos preços observado na economia brasileira. Para observar esses valores, o Brasil atualmente adota um sistema de metas de inflação, ou seja, é estabelecido um limite para o aumento generalizado de preços e o objetivo é que este limite seja atingido.
A meta é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central. O CMN por sua vez é é composto pelo pelo Ministro da Fazenda (Fernando Haddad), pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (Simone Tebet) e pelo presidente do BC (Gabriel Galípolo).
A atual meta de inflação é de 3%, tendo uma tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Ou seja, o objetivo é manter os preços com uma variação entre 1,5% e 4,5%..
“Esse regime tem sido exitoso no Brasil e no amplo conjunto de países que o adotam. Por esse sistema, os bancos centrais atuam para que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida. Nesse sistema, a meta para a inflação é anunciada publicamente e funciona como uma âncora para as expectativas dos agentes sobre a inflação futura, permitindo que desvios da inflação em relação à meta sejam corrigidos ao longo do tempo”, enfatiza o Banco Central sobre a importância da meta.
Como é perseguida a meta de inflação?
A missão de manter a inflação dentro da meta é do Banco Central, que tem dispositivos para tentar manter os preços controlados.
É o BC que define a Taxa Básica de Juros, que conduz todas as taxas de juros do país. Quando a taxa aumenta, a economia desacelera, o que faz com que os preços tenham que baixar para estimular o consumo. Porém, caso os juros subam demais, a economia pode entrar em recessão e o desemprego pode aumentar.
Portanto, o BC atua como uma espécie de médico, que precisa dosar bem o remédio para que o paciente, no caso a economia, não sofra efeitos colaterais graves.
Tanto, que caso o teto da meta não seja cumprido, o presidente do Banco Central é obrigado a escrever uma carta esclarecendo os motivos que levaram a tal situação.
Atualmente, a meta de inflação é uma das mais restritivas dos últimos anos. Em 2019, por exemplo, o intervalo da meta entra de 2,75% a 5,75%. Em 1999, era de 6% a 10%.