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O que é Césio-137: elemento químico já provocou maior acidente nuclear do Brasil

Desaparecimento de fontes seladas do item gerou novo alerta sobre o material que causou acidente com mortes em Goiânia em 1987

Por Andrey Mattos

O desaparecimento de duas fontes seladas de Césio-137 da AMG Brasil em 29 de junho gerou um novo alerta sobre o elemento químico, o mesmo que causou um acidente com mortes em Goiânia, em 1987, e na Sérvia, em 2010. A Polícia Militar e o governo federal investigam o furto das fontes em Nazareno e São Tiago, em Minas Gerais. 

O que é Césio-137 e para que serve

O elemento químico é comumente utilizado para realização de exames tomográficos, para terapias de tratamento de câncer e para processos de esterilização na indústria.

Segundo a AMG Brasil, as duas fontes seladas de Césio-137 eram utilizadas em equipamentos medidores de densidade de polpa. Segundo as normas da CNEN, as fontes seladas são classificadas como de baixo risco. Fontes de "Categoria 5", como são categorizadas, possuem atividade 275 mil vezes menor do que a de alguns aparelhos de radioterapia.

Por nota, a empresa solicitou à população que faça contato para fornecer qualquer tipo de informação sobre as fontes desaparecidas. Além disso, a AMG informou que está à disposição das comunidades vizinhas para esclarecer dúvidas sobre o assunto. O telefone para contato é o (32) 3322-3053.

Acidente com Césio-137 em Goiânia

O nome Césio-137 remete ao maior acidente nuclear do Brasil, que aconteceu em Goiás, em 1987. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, a fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci), continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. A substância estava em um equipamento abandonado do Instituto Goiano de Radiologia, que foi desmontado em um ferro velho e depois levado para uma comunidade na cidade.

Na época, 113 mil pessoas foram monitoradas. As autoridades constataram que 120 delas foram contaminadas, sendo 22 dessas com sinais de superexposição. Quatro pessoas morreram.

Segundo informações do governo goiano, as pessoas que tiveram contato com o material radioativo – direto na pele (contaminação externa), inalação, ingestão, absorção por penetração através de lesões da pele (contaminação interna) e irradiação – apresentaram, desde os primeiros dias, náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões do tipo queimadura.

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