O que é a tempestade de areia que atingiu o interior de São Paulo?

Nuvem de poeira, o fenômeno chamado 'haboob' acontece em regiões que sofrem com estiagem e queimadas

Da Redação, com Rádio Bandeirantes e BandNews FM

Nesta domingo (26), uma tempestade de areia atingiu diversas cidades no interior de São Paulo, em especial Franca. O fenômeno que gerou imagens apocalípticas pela redes sociais é denominado pelo meteorologistas como haboob ou habub. 

Um haboob acontece quando os ventos antes de uma chuva encontram uma área que está sofrendo com a estiagem. 

Em regiões mais secas, grandes quantidades de poeira e poluição ficam concentradas no solo ressecado. Com uma forte ventania, as partículas acumuladas sobem para a atmosfera formando uma tempestade de poeira. 

A meteorologista do Climatempo, Paula Soares, conta que  que o Aeroporto Estadual de Franca registrou ventos alcançando a velocidade de 92 km/h. 

“A região não enfrentava chuva há muito tempo, o solo está muito seco, não tem nada que afaste a poluição da região, então isso proporciona as condições para acontecer o fenômeno", afirmou Paula Soares.

De acordo com informações do MetSul Meteorologia , durante uma tempestade de água normal, o ar frio, que é mais denso, desce para o solo e se espalha por ele. Em uma zona como a do norte do estado de São Paulo, que vem sofrendo com falta de chuva há meses e queimadas intensas, o ar frio que encontra o solo levanta as partículas acumuladas nas zonas mais baixas.

Um haboob pode ser formado muito rapidamente, e em questão de segundos uma grande coluna de poeira é gerada e a visibilidade é diminuída. Ele pode atingir milhares de quilômetros de altura e até 160 quilômetros de largura.

A meteorologista da Climatempo explica que o episódio já aconteceu algumas vezes no Brasil, mas não chega a ser comum. “É justamente nessa transição do período mais seco, que foi o inverno,  para a primavera, que é quando a chuva retorna para muita áreas do Brasil.”

Depois da tempestade de areia na região, a chuva finalmente chegou e a massa de areia foi aliviada. “A tendência para a primavera e o verão é que o fenômeno diminua, porque as chuvas mais frequentes umedecem o solo, mas é difícil ter uma previsão exata”, afirma Paula.

O fenômeno obrigou pessoas a se abrigarem em casa e manterem portas e janelas vedadas para impedir a entrada de poeira. 

A Sabesp pediu para que moradores não desperdicem água higienizando as casas depois da nuvem de areia, já que a região está passando por um rodízio de água, com 36 horas de abastecimento e 36 horas de torneiras secas.  

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