Com a entrada da Finlândia, entenda o que faz a Otan

País se tornou o 31º a fazer parte da aliança, saiba quais são os objetivos da Organização do Tratado do Atlântico Norte

Da redação

A Finlândia entrou oficialmente para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta terça-feira (4). A cerimônia de início da participação aconteceu em Bruxelas, na Bélgica, com a presença de chanceleres dos países integrantes. Saiba mais no vídeo acima.

  • Finlândia se torna 31º país a fazer parte da Otan.
  • A organização é uma aliança política e militar entre 29 nações europeias, Canadá e Estados Unidos.
  • Criada após a Segunda Guerra Mundial, funciona como um sistema coletivo de segurança. Se um dos estados independentes é atacado por terceiros, outros membros se comprometem a defender.
  • A adesão ao bloco pela Finlândia foi acelerada após o estopim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
  • Após a disputa territorial, o país deixou o princípio da neutralidade, de se abster de posicionamento em conflitos internacionais.
  • Com a entrada, o território poderá ser defendido pelas forças militares da Otan, em caso de ofensiva russa.

A solenidade de entrada da Finlândia aconteceu em uma cerimônia em Bruxelas, na Bélgica, com a presença de chanceleres dos países integrantes, o secretário-geral do bloco, Jens Stoltenberg, e o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.  

O que é a Otan e quais são os objetivos?

A Organização do Tratado do Atlântico Norte é uma aliança política e militar entre os 31 países membros - 29 nações europeia, mais os Estados Unidos e o Canadá.

O objetivo da aliança é garantir a segurança e liberdade dos estados que fazem parte. "Se os esforços diplomáticos falham, a organização tem o poderio militar para realizar operações de gerenciamento de crises", aponta a própria Otan.

A organização funciona sob o princípio da defesa coletiva, de que um ataque a um ou mais países membro é uma ofensiva a todos. A resposta é feita de acordo com o quinto artigo do Tratado de Washington, acordo que guia a organização, ou sob direção das Nações Unidas (ONU).

O quinto artigo foi usado em uma única ocasião: em 2001, em resposta ao ataque ao World Trade Center no Estados Unidos. Outros países e organizações internacionais eventualmente podem fazer parte das ações da aliança.

Os países membros consultam e tomam decisões sobre questões de segurança, em todos os níveis, diariamente. As resoluções são feitas em consenso.

Somados, os estados que fazem parte da Otan tem cerca de 3,5 milhões de soldados. Em 2020, os gastos combinados da organização com armamento correspondia a 57% do total global, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.

Quais são os países que fazem parte da Otan?

A lista de membros abaixo contém a data em que cada nação entrou para a organização.

  • Albânia (2009)
  • Alemanha (1955)
  • Bélgica (1949)
  • Bulgária (2004)
  • Canadá (1949)
  • Croácia (2009)
  • Dinamarca (1949)
  • Eslováquia (2004)
  • Eslovênia (2004)
  • Espanha (1982)
  • Estados Unidos (1949)
  • Estônia (2004)
  • Finlândia (2023)
  • França (1949)
  • Grécia (1952)
  • Holanda (1949)
  • Hungria (1999)
  • Islândia  (1949)
  • Itália (1949)
  • Letônia (2004)
  • Lituânia (2004)
  • Luxemburgo (1949)
  • Montenegro (2017)
  • Macedônia do Norte (2020)
  • Noruega (1949)
  • Polônia (1999)
  • Portugal (1949)
  • Reino Unido (1949)
  • República Tcheca (1999)
  • Romênia (2004)
  • Turquia (1952)

Qual foi o motivo da criação da Otan?

A aliança surgiu depois da Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra Fria, com um tratado de ajuda militar mútua entre França e Reino Unido, caso ocorressem ataques da Alemanha ou da União Soviética.

As negociações expandiram e resultaram na assinatura do Tratado do Atlântico Norte em 4 de abril de 1949 pelos estados membros da União da Europa Ocidental - Bélgica, França, Luxemburgo, Holanda, Reino Unido - mais os Estados Unidos, Canadá, Portugal, Itália, Noruega, Dinamarca e Islândia.

Tensão com a Rússia

Agora, a Finlândia, que tem cerca de 1,3 mil quilômetros de fronteira com o país liderado por Vladimir Putin, poderá ser defendida pelas forças militares da Otan em caso de possível ofensiva russa sobre o território.

Após o anúncio, o Kremlin já anunciou retaliações. Nesta terça (4), o ministro de Defesa do país, Sergei Shoigu, falou que a adesão “cria risco de uma escalada nos conflitos” e afirmou que a Rússia “tomará medidas retaliatórias para defender a nação”.  

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que o aumento da Otan é uma ameaça à Rússia e que o governo irá agir "de maneira tática e estratégica para defender a segurança”.  

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