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O Brasil se despede de seu Rei. Pelé morre aos 82 anos em São Paulo

Ex-jogador estava internado e tratava de um câncer de cólon; notícia foi confirmada pela família

Da redação

Pelé faleceu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos. O maior jogador de futebol de todos os tempos e eleito o atleta do século 20, o eterno camisa 10 não resistiu a complicações provocadas por diversos tumores. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 30 de novembro.

Autor de mais de mil gols na carreira e único tricampeão mundial por seleções do esporte mais popular do planeta, Pelé foi um cidadão do mundo e um símbolo ao qual o Brasil é associado há pelo menos seis décadas. 

Relembre abaixo um pouco da história de vida e da trajetória desta lenda: 

Infância e juventude: Pelé não gostava do apelido

Pelé nasceu na cidade de Três Corações (MG) no dia 23 de outubro de 1940, mas ficou pouco tempo por lá. Aos quatro anos ele se mudou para Bauru (SP) com o pai João Ramos, o Dondinho, que também foi jogador de futebol e recebeu convite para atuar no interior paulista, a mãe, Celeste, a avó, Ambrosina, e os irmãos Zoca e Maria Lúcia. 

O nome de batismo, Edson, foi uma homenagem de Dondinho a Thomas Edison, inventor da lâmpada - a luz elétrica chegara ao pequeno município mineiro pouco antes de Pelé nascer. 

Saiba mais sobre as origens de Pelé

Foi no interior de São Paulo que Pelé desenvolveu o seu talento para o futebol. Fã do esporte por influência do pai, o menino chamado de Edson pelos amigos, mas de Dico pela família, sempre que podia estava com a bola nos pés, em algum time de rua da cidade.

Edson gostava de atuar inclusive no gol, e foi graças a essa peculiaridade que surgiu um dos mais famosos apelidos da história. Em suas brincadeiras como goleiro, a cada defesa que praticava, ele gritava o nome de Bilé, titular do Vasco de São Lourenço-MG, time que seu pai defendeu antes de se mudar para Bauru. A pronúncia do garoto, porém, soava mais como “Pilé”. 

Como não sabiam quem era esse tal de Bilé ou Pilé, os amigos de Edson começaram a chamá-lo de Pelé. O menino não gostou do apelido, ficou irritado, bateu o pé, mas não teve jeito. O nome Pelé veio e ficou. “A molecada me chamava de Pelé e eu brigava com todo mundo. Peguei dois dias de suspensão na escola. Não queria de jeito nenhum e hoje adoro", admitia o Rei.

Já chamado de Pelé, o garoto começou a dar mostras de que seria um jogador profissional ao se destacar na base do Bauru Atlético Clube, o Baquinho. De início, aliava o esporte aos estudos e até ao trabalho de engraxate, para ajudar nas contas da família. 

Mas o talento com a bola nos pés era cada vez mais escancarado - a ponto de criarem regras absurdas nas peladas no interior paulista, como Pelé não poder passar do meio-campo ou o time adversário poder jogar com um jogador a mais.

De olho naquele talento, Waldemar de Britto, ex-jogador e então técnico do Bauru, levou Pelé para treinar no Santos, clube no qual era amigo do presidente. O garoto foi aprovado, mudou-se para a Baixada Santista com 15 anos e deu início a uma trajetória repleta de títulos e gols que o mundo conhece. 

À Rádio Bandeirantes, Maria Lúcia lembra que o irmão foi levado para o litoral em meio a protestos da mãe. “Mas era o destino, uma missão. Ele nasceu para jogar futebol. E o futebol deu outro nome para o Dico”, conta (assista acima).

Pelé no Santos: 1.091 gols e a coroação

Pelé embarcou de trem para Santos no dia 22 de julho para dar início a uma relação que duraria 18 anos, seis meses e 26 dias - e que acabaria ficando eternizada na história do esporte. 

O primeiro jogo - e o primeiro gol - aconteceram em 7 de setembro daquele ano, em amistoso contra o Corinthians de Santo André. Pelé entrou no segundo tempo e marcou o sexto do Peixe na goleada por 7 a 1. 

Embora jovem, o atacante ganhava cada vez mais oportunidades após a lesão de Vasconcelos, ídolo santista que fraturou a tíbia contra o São Paulo. Mesmo reserva na maior parte dos jogos, Pelé foi artilheiro do Peixe no Rio-São Paulo de 1957 ao lado de Dorval. Já no mês de junho, num jogo contra o Belenenses, de Portugal, ele fez três gols no Maracanã e começou a chamar a atenção do cenário nacional. 

No Campeonato Paulista de 1957 o futuro Rei explode e é o artilheiro do torneio, com 36 gols. No ano seguinte, conquista o primeiro estadual pelo Peixe e marca incríveis 58 gols em 38 partidas, marca jamais alcançada no torneio do qual ele também foi o máximo goleador em 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1969 e 1973. 

Como se sabe, o sucesso de Pelé extrapolou as fronteiras da cidade de Santos, do estado de São Paulo e até mesmo do Brasil - a ponto de o Maracanã ter virado a casa do Peixe em muitos jogos e o time ser constantemente convidado a excursionar pela Europa. 

Foram ao todo 23 títulos oficiais do Santos na Era Pelé (confira a lista completa no fim deste artigo), a maioria com o eterno camisa 10 como artilheiro. Destaque para os dez paulistas, seis brasileiros, duas Libertadores e dois Mundiais.

Na primeira conquista do mundo, diante do Benfica, o atacante teve o que foi para muitos a maior atuação da carreira, com três gols na goleada por 5 a 2 sobre os donos da casa no jogo de ida.

Outra atuação marcante foi a do milésimo gol do Rei, marcado diante do Vasco no Maracanã em 19 de novembro de 1969. O camisa 10 cobrou pênalti de pé direito e acertou o canto esquerdo do goleiro Andrada aos 34 minutos e 12 segundos do segundo tempo, levando ao delírio os 65 mil presentes no estádio e milhões de pessoas ao redor do país.

Pelé, aliás, somou ao todo 1091 gols em 1116 jogos com a camisa do Alvinegro Praiano - o último no dia 2 de outubro de 1974, contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro. Alguns defendem que ele “só” fez 643 gols, desconsiderando os jogos amistosos que o Rei fez contra Real Madrid, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, River Plate, Boca Juniors, Anderlecht, América do México e outros esquadrões da época.

As turnês pelo mundo foram inclusive uma importante fonte de receita para que o Santos conseguisse resistir ao assédio europeu e mantivesse o Rei na Vila Belmiro ao longo de praticamente toda a carreira. 

Pelé na seleção: promessa, camisa 13 e tri mundial

Depois de momentos de euforia, o pequeno Dico percebeu que um silêncio sepulcral havia tomado conta do lugar onde estava. A batucada, planejada para começar no apito final do jogo do Brasil contra o Uruguai, fora emudecida. O garoto estranhou e perguntou ao pai o que havia acontecido. 

“É... Perdemos a Copa”, contou Dondinho ao filho, que fez a promessa ali mesmo. “Ah, pai, não se preocupe que eu vou ganhar uma Copa para o senhor”, respondeu Dico naquele 16 de julho de 1950 do Maracanazo, oito anos antes de ganhar uma Copa do Mundo para o pai – e para o Brasil – na Suécia, em 1958.

Todos sabem que Pelé cumpriu a promessa. Aliás, ele não ganhou uma Copa, mas três. A trajetória de Pelé com a amarelinha de número 10 é associada até hoje ao Brasil ao redor do mundo, mesmo que tenha se passado quase meio século.

Pelé na seleção: promessa, camisa 13 e tri mundial

Depois de momentos de euforia, o pequeno Dico percebeu que um silêncio sepulcral havia tomado conta do lugar onde estava. A batucada, planejada para começar no apito final do jogo do Brasil contra o Uruguai, fora emudecida. O garoto estranhou e perguntou ao pai o que havia acontecido. 

“É... Perdemos a Copa”, contou Dondinho ao filho, que fez a promessa ali mesmo. “Ah, pai, não se preocupe que eu vou ganhar uma Copa para o senhor”, respondeu Dico naquele 16 de julho de 1950 do Maracanazo, oito anos antes de ganhar uma Copa do Mundo para o pai – e para o Brasil – na Suécia, em 1958.

Todos sabem que Pelé cumpriu a promessa. Aliás, ele não ganhou uma Copa, mas três. A trajetória de Pelé com a amarelinha de número 10 é associada até hoje ao Brasil ao redor do mundo, mesmo que tenha se passado quase meio século. 

Cientistas tentam explicar genialidade de Pelé; assista:

Pelé fez sua estreia pela seleção brasileira no dia 7 de julho de 1957, pelo primeiro jogo da Copa Roca contra a Argentina, no Maracanã. Ele saiu do banco de reservas para substituir Del Vecchio e marcar o gol do Brasil na derrota por 2 a 1. Na ocasião, o Rei vestiu a camisa 13. Três dias depois, no Pacaembu, no jogo de volta, foi titular pela primeira vez. Voltou a marcar, o Brasil venceu por 2 a 0 e conquistou o título.

Pelé fez sua estreia pela seleção brasileira no dia 7 de julho de 1957, pelo primeiro jogo da Copa Roca contra a Argentina, no Maracanã. Ele saiu do banco de reservas para substituir Del Vecchio e marcar o gol do Brasil na derrota por 2 a 1. Na ocasião, o Rei vestiu a camisa 13. Três dias depois, no Pacaembu, no jogo de volta, foi titular pela primeira vez. Voltou a marcar, o Brasil venceu por 2 a 0 e conquistou o título.

O Rei se despediu da seleção após 14 anos. Seu último jogo foi no dia 18 de julho de 1971, no empate por 2 a 2 contra a Iugoslávia, no Maracanã, mesmo estádio em que começou sua trajetória com a camisa canarinho, mas desta vez ele passou em branco. Seu último gol pela seleção aconteceu uma semana antes, na sua despedida da seleção em São Paulo. No Morumbi, foi dele o tento no empate contra a Áustria por um gol.

Nesse meio tempo, a história foi feita. Foram 77 gols em 92 partidas oficiais (12 deles em Copas). Se considerarmos também amistosos, contagem utilizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), são 95 tentos em 113 partidas.

Confira a linha do tempo de Pelé na seleção:

  • 7 de julho de 1957 – Primeiro jogo e gol com a camisa do Brasil. Jogo contra a Argentina pela Copa Roca. Pelé usou a camisa 13
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  • 10 de julho de 1957 – Primeiro título. A Copa Roca, veio após vitória contra a Argentina por 2 a 0, com mais um gol do Rei.
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  • Copa de 1958 – Após dois jogos no banco, Pelé, 17 anos, assume a titularidade e comanda o Brasil na conquista de seu primeiro Mundial. Ele só ficou com a camisa 10 por um acaso, já que os números foram distribuídos aleatoriamente. Nasceu aí a mística desse número.
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  • Copa de 1962 – Pelé marcou na estreia contra o México, vitória por 2 a 0, mas se machucou no jogo seguinte, contra Tchecoslováquia, e viu o bicampeonato de fora. Foi substituído por Amarildo, “O Possesso”, que fez boa competição.
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  • 6 de junho de 1965 – O lance que mostrou uma outra face do Rei. Acostumado a ser caçado em campo, nesta partida ele acabou quebrando a perna do zagueiro Kiesman, durante amistoso entre Brasil e Argentina no Maracanã. Vitória brasileira por 2 a 0, um dos gols dele, claro.
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  • Copa de 1966 – O Brasil fracassou neste Mundial. Mas Pelé deixou a sua marca na partida contra a Bulgária. Na despedida, contra Portugal, de Eusébio, o Rei foi caçado em campo.
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  • 1969 – Durante a preparação para a Copa de 1970, Pelé ficou na reserva em algumas partidas das eliminatórias. O técnico João Saldanha disse que o Rei estava com problemas de visão e foi chamado de louco. Em 2004, a miopia de Pelé foi confirmada e ele teve que se submeter a uma cirurgia.
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  • Copa de 1970 – A despedida do Rei de Mundiais. Assim como na primeira, ele voltou a brilhar e comandou o Tri.
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  • 11 de julho de 1971 – A primeira despedida do Rei da seleção. No Morumbi o Brasil empatou com a Áustria por 1 a 1, último gol de Pelé pelo Brasil.
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  • 18 de julho de 1971 – A segunda despedida, agora no Rio. Brasil empata em 2 a 2 com a Iugoslávia por 2 a 2. Pelé passa em branco.
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  • 19 de setembro de 1973 – Em uma partida comemorativa contra um combinado estrangeiro, Pelé volta a usar a camisa amarelinha. Ele marca na vitória por 2 a 1.
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  • 21 de julho de 1983 – Com 42 anos, Pelé joga mais uma partida festiva. Marca então o seu derradeiro gol com a seleção na derrota por 2 a 1 para a Seleção do Sul do país.
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  • 31 de outubro de 1990 – No aniversário de 50 anos do Rei, a CBF organizou uma partida contra o “Resto do Mundo” em Milão, Itália. Vitória estrangeira por 2 a 1. Pelé jogou 43 minutos e foi substituído por Neto (veja abaixo), para nunca mais voltar a vestir a camisa canarinho.

New York Cosmos e carreira fora dos gramados

Pelé não foi um jogador de um time só. A princípio ele se aposentaria dos gramados após aquele jogo do Santos contra a Ponte em 1974. No ano seguinte, porém, ele aceitou uma oferta milionária do New York Cosmos, à época controlado pelo grupo Warner, e partiu para uma aventura com o intuito de promover o futebol nos Estados Unidos. 

Já coroado Rei do Futebol, o atacante estreou pelo time norte-americano em junho de 1975. Foram 107 partidas e 64 gols pelo New York Cosmos e um título da liga nacional em seu último ano. A média de público nos jogos triplicou com a presença de Pelé nos EUA, e outras lendas do futebol, como Cruyff e Beckenbauer, convenceram-se a também atuar no país. 

Em um encontro na Casa Branca, fato raro para brasileiros que não sejam políticos até hoje, Pelé ouviu o seguinte do então homem mais poderoso da Terra: "Meu nome é Ronald Reagan, sou o presidente dos Estados Unidos da América. Mas você não precisa se apresentar, porque todo mundo sabe quem é Pelé".

Pelé se despediu de vez dos gramados em 1 de outubro de 1977, num amistoso contra o Santos diante de mais de 75 mil pessoas no Giants Stadium, em New Jersey. O Rei discursou sobre o amor, atuou metade do tempo em cada time e marcou de falta o 1.283º da carreira.

Com as chuteiras penduradas, Pelé acabou se tornando um embaixador do Brasil e do futebol. A fama e o prestígio eram tantos que o eterno camisa 10 da seleção brasileira e do Santos acabou recebendo convites para participar e estrelar alguns filmes e novelas ao longo da vida.

O primeiro deles, “O Rei Pelé”, rodado em 1962, que tem Pelé interpretando seu próprio papel em algumas cenas, conta a história do ex-jogador, desde o nascimento, até os tempos de Santos e seleção brasileira, ainda bicampeã do mundo.

Em 1969, Pelé participou da novela “Os Estranhos”, ao lado de atores consagrados da TV brasileira como Regina Duarte, Rosamaria Murtinho e Gianfrancesco Guarnieri.

Já no fim de sua carreira como jogador, Pelé participou do filme “Fuga Para a Vitória” e interpretou, ao lado de Sylvester Stallone e Michael Caine, um prisioneiro de guerra que enfrenta a seleção alemã em um jogo durante a Segunda Guerra Mundial. Em uma das cenas, Pelé aparece fazendo embaixadinhas e quando lhe perguntam como aprendeu a fazer aquilo, responde que costumava praticar com laranjas nas ruas de Trinidad.

Uma de suas últimas participações no cinema foi em 1986, no filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, onde interpreta um goleiro, que além de defender um pênalti, faz um gol cobrando um tiro de meta. 

Pelé, como não poderia deixar de ser, também foi retratado como ele mesmo em diversos documentários, com destaque para "Pelé Eterno”, lançado em 2004, e "Pelé", da Netflix, que estreou em fevereiro de 2021. 

O ex-jogador também ingressou na política. Entre 1995 e 1998, foi o ministro dos Esportes do presidente Fernando Henrique Cardoso. A gestão foi marcada pela criação da Lei Pelé, que instituiu o fim do passe nos clubes de futebol do Brasil e até hoje forma com o Estatuto do Torcedor e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva a estrutura do direito na área. 

Casamentos e filhos

Pelé se casou pela primeira vez em 1966 com Rosemeri Cholbi, com quem ficou até 1978. O casal teve três filhos: Kelly Cristina, Edson Cholbi, o Edinho, que seguiu os passos do pai no futebol e atuou como goleiro, e Jennifer. Da união com Assíria Lemos (1994 a 2008) nasceram os gêmeos Celeste Seixas Arantes do Nascimento e Joshua Seixas Arantes do Nascimento.

O Rei ainda teve dois filhos frutos de relacionamentos extraconjugais: Sandra Regina Arantes do Nascimento Felinto, que faleceu em 2006, e Flávia Kurtz. Em 2016, ele se casou pela terceira vez, com a empresária Márcia Aoki, com quem vivia no Guarujá, litoral paulista.        

Títulos e honrarias de Pelé:

Santos: Campeonato Paulista (1958, 60, 61, 62, 64, 65, 67, 68, 69 e 73), Torneio Rio-São Paulo (1959, 63, 64 e 66), Copa Libertadores (1962 e 63), Mundial Interclubes (1962 e 63), Campeonato Brasileiro (1961, 62, 63, 64 e 65 e 68).

Seleção Brasileira: Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970), Copa Roca (1957 e 1963), Taça do Atlântico (1960), Taça Oswaldo Cruz (1958, 1962 e 1968) e Taça Bernardo O'Higgins (1959)

New York Cosmos: North American Soccer League (1977)

Eleito o melhor jogador do século XX pela Fifa e atleta do século pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) -  isso mesmo sem ter disputado os Jogos.

Bola de Prata do Mundial 1958 (e melhor jogador jovem) e Bola de Ouro da Copa de 1970

Hors concours da Bola de Prata da Placar

Sete vezes Bola de Ouro da France Football após revisão do prêmio em 2014 (1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1965 e 1970)

Cidadão do mundo pela ONU, embaixador da boa vontade pela Unesco e uma das 100 personalidades do século XX pela revista Times.

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