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“O Brasil não vai desperdiçar a oportunidade de se tornar uma grande economia”, diz Lula

Presidente brasileiro discursou durante a abertura da FII Priority no Rio de Janeiro

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS EMIRADOS (WAM)

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FII Institute

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou que o Brasil está no caminho certo para se tornar a oitava maior economia do mundo este ano. Em seu discurso de abertura na FII Priority no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (12), Lula destacou que o fato de o Brasil sediar pela primeira vez o evento saudita significa a crescente influência das economias emergentes no discurso econômico global, indo além das potências estabelecidas. 

“A escolha do Rio de Janeiro para receber este evento sinaliza a confiança que os mais de mil participantes depositam em nosso país. Estou aqui hoje para mostrar que o Brasil é e merece ser digno dessa confiança”, enfatizou Lula para uma plateia lotada no bairro de Copacabana. Diante de investidores árabes e brasileiros, além de autoridades da Arábia Saudita e do Brasil, Lula defendeu a estabilidade econômica brasileira, observando que o país tem muito a oferecer. 

O líder também lembrou à plateia que o PIB do Brasil cresceu 2,5% nos últimos 12 meses, contrariando as expectativas pessimistas. “Caminhamos para ser a oitava maior economia do mundo neste ano. Até o final do mandato, podemos voltar a ser a sexta economia mundial, como já fomos em 2011”, declarou Lula. Para que isso aconteça, o presidente brasileiro disse que seu governo está colocando as contas públicas em ordem para garantir o equilíbrio fiscal. 

“O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público." Para o economista brasileiro Alexandre Espirito Santo, o mercado está muito cauteloso com a situação fiscal do país. "Para aumentar a arrecadação, o PIB precisa crescer de forma mais significativa. Parece que o próprio Congresso não está muito disposto a aumentar os gastos do governo", explicou o economista.

G20 e COP30 no Brasil 

O presidente brasileiro também discutiu a posição do país na esfera internacional. Ele declarou que o Brasil se estabeleceu como um porto seguro em meio à incerteza no mundo. "Somos um país amante da paz e avesso a rivalidades geopolíticas. Dialogamos e negociamos com todos os que possam e queiram contribuir para o progresso do país e do mundo. Em qualquer constelação de poder que se forme no panorama global, a estrela do Brasil continuará brilhando. Estaremos lá para construir pontes e encurtar distâncias", disse ele. 

Para Lula, esse é o espírito das presidências brasileiras do G20 e do BRICS e da COP30 na cidade amazônica de Belém, que ocorrerá em 2025. “O G20 é o lugar onde o Norte e o Sul se encontram para buscar consensos que tragam benefícios coletivos. É o espaço privilegiado para combater as desigualdades que persistem dentro de nossos países e entre eles”, declarou. 

O líder brasileiro destacou que a COP30 será um evento decisivo para o planeta. “Sem o esforço de todos, conforme suas responsabilidades e capacidades, o aquecimento global poderá atingir níveis catastróficos. Estamos vivenciando isso em primeira mão com as enchentes no Rio Grande do Sul, cuja reconstrução demandará investimentos maciços do governo e do setor privado", lembrou Lula. 

Vale ressaltar que a COP28, que ocorreu em Dubai no ano passado, lançou uma parceria com o Azerbaijão e o Brasil, anfitriões da COP29 e da COP30, respectivamente, em fevereiro passado, para melhorar a cooperação e a continuidade entre as presidências atuais e futuras da COP, levando a uma maior ação climática em apoio à “Missão 1,5°C”. 

A parceria, conhecida como Troika das Presidências da COP, marca a primeira vez em que uma Presidência atual da COP foi formalmente incumbida de se unir a duas presidências futuras para promover a cooperação internacional e estimular a ambição. Em relação à Amazônia, que Lula classifica como um dos biomas mais importantes do planeta, a abordagem é baseada no potencial da bioeconomia. 

Como um importante exportador de alimentos, Lula declarou que o Brasil é capaz de aumentar sua produtividade agrícola, respeitando o meio ambiente e renovando sua vocação industrial com base em energia limpa e inovação tecnológica. “O Brasil que vislumbramos é um gigante da sustentabilidade e um peso pesado da segurança alimentar", disse Lula. 

O presidente do Brasil destacou a matriz energética limpa do país, afirmando que 88% da eletricidade provém de fontes renováveis, como biomassa, hidrelétrica, solar e eólica. “Quando se fala da questão climática, quando se fala da questão energética, eu posso assegurar para vocês, com todo respeito ao planeta Terra: não tem nenhum país que pode oferecer a qualidade das coisas que nós vamos oferecer para os investidores que aqui quiserem produzir, que aqui quiserem criar um novo ciclo de produção de energia e que aqui quiserem fazer suas empresas crescerem”, afirmou Lula.

Segundo o líder, o Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor de hidrogênio verde do mundo – afirmando que o país possui grandes reservas de minerais estratégicos, como nióbio, grafite, níquel e terras raras. Lula também defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Brasil, respeitando o meio ambiente. Na hora que começarmos a explorar a chamada Margem Equatorial, eu acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo. Mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer." 

O presidente Lula, com a visão de que os grandes eventos programados para o Brasil neste ano e em 2025 – G20, Cúpula do BRICS e COP30 – podem servir de plataforma para mostrar uma face diferente do país para o mundo, tem certeza de uma coisa. "Não somos mais apenas o Brasil do carnaval, o Brasil do futebol e o Brasil da violência. Nós somos o Brasil composto por homens e mulheres que querem crescer, que querem trabalhar, que querem estudar", enfatizou o presidente brasileiro. 

O FII PRIORITY no Rio de Janeiro acontece pela primeira vez na América Latina. Promovido pelo FII Institute, o evento reúne autoridades globais e líderes empresariais de vários setores, debatendo questões sob o tema “Investir em Dignidade”. No primeiro dia, a Cúpula recebeu mais de 1.500 participantes em mais de 60 sessões com mais de 190 palestrantes. O Future Investment Initiative Institute é uma fundação global sem fins lucrativos com um braço de investimento voltado para iniciativas de impacto para a humanidade.

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