Brasileira de 16 anos morre em bombardeio no Líbano, diz família

Adolescente de 16 anos de Balneário Camboriú morreu em ataque dentro de casa, quando foi ‘pegar coisas da escola para os irmãos’

Por Túlio Amâncio

Mais uma brasileira morreu em meio ao conflito entre Israel e forças do Hezbollah no Líbano. A informação foi confirmada pela família da vítima e por fontes ligadas à diplomacia brasileira em Beirute ao repórter Túlio Amâncio, de Brasília. 

A jovem foi identificada como Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O pai dela, que ainda não teve o nome e nem a cidadania confirmados, também morreu. 

“Ela estava em casa, saiu do local do bombardeio e voltou para casa com o pai para pegar coisas da escola para os irmãos, pegar roupas e voltar onde estavam. Na hora que chegaram em casa, atacaram eles, eles morreram dentro de casa”, disse o tio da jovem, Ali Khalen, ao repórter Túlio Amâncio. 

Segundo Ali, o pai da jovem morou nove anos no Brasil e a adolescente nasceu no país. O parente afirmou que os ataques de Israel estão matando apenas civis.

“Nenhum lugar que atacaram tem a ver com a guerra, com armamento, com coisa nenhuma, tudo civil, tudo gente pobre, pessoa trabalhadora, tem gente que tem supermercado, marceneiro, serralheria, lojas, casas”, afirmou. 

Casa da família de Mirna Raef Nasser antes e depois do ataque | Reprodução/Arquivo pessoal

Mais cedo, o Itamaraty declarou que tomou conhecimento, “com profundo pesar”, da morte do brasileiro Ali Kamal Abdallah. Ao se solidarizar com a família, o governo reiterou sua condenação, nos “mais fortes termos”, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e “renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”. 

Brasil repudia escalada no Líbano 

Na segunda-feira (23), o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis no Líbano. O Ministério das Relações Exteriores também recomendou aos brasileiros que deixassem a área conflagrada. O aeroporto de Beirute continua aberto, mas o governo avalia a necessidade de uma operação de repatriação.

Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, têm trocado tiros através da fronteira desde o início do conflito em Gaza no ano passado após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro do ano passado, mas Israel intensificou sua campanha militar na última semana.

Em nota, o Itamaraty lamentou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou “grave preocupação” diante das exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.

“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”, declarou a pasta na ocasião.

*Errata: Anteriormente, a reportagem da Band informou que mais duas mortes de brasileiros haviam sido confirmadas, porém, a cidadania do pai da vítima ainda não foi confirmada.

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