A nova variante do coronavírus só se espalhou por Manaus porque as medidas de distanciamento social não foram cumpridas. A declaração é do infectologista do Hospital das Clínicas da USP, Evaldo de Araújo.
Cientistas de 10 instituições analisaram amostras de pacientes infectados na cidade e descobriram que 42% dos casos foram provocados por essa nova variante, chamada de P1. Essa variante também foi identificada no Japão.
Em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, o médico Evaldo de Araújo afirma que a nova cepa pode estar ligada ao crescimento espantoso de casos da Covid-19 no Amazonas, mas o fator determinante para que houvesse a disseminação do vírus foi o não cumprimento das medidas sanitárias.
“Você tem lá uma população altamente exposta. Nós temos publicações que falavam que Manaus tinha até atingido a famosa imunidade de rebanho e quando a gente vê esse rebote da pandemia lá você coloca em cheque essa teoria. Lá não houve distanciamento, todo mundo estava na rua e você deu gasolina para que a variante se expandisse e a partir de então a gente está em alerta. A variante é um processo de seleção natural, conforme a gente vai adquirindo imunidade, ele vai buscando formas mais resistentes”, explicou.
Ainda na entrevista à Rádio Bandeirantes, o infectologista afirmou que a vacinação deve começar o quanto antes, seja com a vacina do Instituto Butantan ou com a de Oxford e que, caso a opção seja pela Coronavac, é preciso trabalhar para que um número grande de pessoas seja imunizado.
“A vacina Coronavac é desenvolvida em uma tecnologia tradicional. Todas as vacinas são seguras. A maneira como é fabricada com vírus inativado, vírus morto ela é super segura e muito conhecida. Ela é altamente eficaz e vamos precisar que todos se vacinem para que isso se perceba na redução da contagiosidade e nesse sentido vamos precisar que muita gente se vacine para que se reduza a circulação viral”, disse.
Assista a entrevista na íntegra: