Ao menos 50 pessoas morreram ao serem atingidas por uma nova enchente causada por chuvas torrenciais no centro do Afeganistão, informaram autoridades neste sábado (18/05).
"Cinquenta moradores da província de Ghor foram mortos pelas enchentes na sexta-feira e vários outros estão desaparecidos", disse o porta-voz da polícia de Ghor, Abdul Rahman Badri, em comunicado.
Segundo Mawlawi Abdul Hai Zaeem, chefe do departamento de informação da província, não há dados disponíveis sobre o número de feridos na tempestade.
Ele informou que ao menos 2 mil casas foram destruídas, 4 mil foram parcialmente danificadas, 2 mil lojas ficaram submersas, e centenas de hectares de terras agrícolas foram destruídas na capital da província, Feroz-Koh.
Além disso, várias estradas importantes permanecem bloqueadas devido às inundações.
Segunda catástrofe em uma semana
O Afeganistão ainda está se recuperando do impacto das cheias repentinas que atingiram a província de Baghlan, no norte, na semana passada.
Ao menos 315 pessoas morreram e mais de 1.600 ficaram feridas, disseram as autoridades no último domingo.
Os sobreviventes ficaram sem casa, sem terra e sem fonte de subsistência, disse a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Dos mais de 40 milhões de afegãos, 80% dependem da agricultura para sua sobrevivência.
Um helicóptero da Força Aérea afegã caiu na quarta-feira devido a "problemas técnicos" durante uma tentativa de recuperar os corpos de vítimas que caíram num rio na província de Ghor. Ao menos um morreu e outros 12 ficaram feridos no acidente, disse o Ministério da Defesa do país.
O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e mais vulneráveis às mudanças climáticas – mas também um dos menos preparados para suas consequências, segundo cientistas. O país enfrenta uma escassez de fundos de ajuda depois que os talibãs tomaram o poder em 2021, logo após as forças estrangeiras se retirarem do país.
Praticamente nenhuma região afegã foi poupada de eventos climáticos: desde meados de abril, cheias e inundações já causaram numerosas mortes em dez províncias, além de destruir milhares de casas e submergir muitas terras agrícolas.
ek (AFP, Reuters)