Não houve mortes por dengue na cidade de São Paulo no ano passado. Segundo dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital, houve também uma queda de 88% nos casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. As informações são do repórter Lucas Herrero, da Rádio Bandeirantes, no Bora Brasil.
Foram 14.952 ocorrências a menos em comparação a 2019, ano em que houve três mortes. De acordo com o diretor da Divisão de Vigilância em Zoonoses, Werner Garcia, o resultado pode ser explicado pela sazonalidade da dengue, que tem picos a cada quatro anos, sendo o último justamente em 2019.
As variações climáticas afetam também a proliferação dos mosquitos e a pandemia foi outro fator que afetou o resultado do ano passado. “Muitas pessoas não procuraram o serviço de saúde por causa do coronavírus. As pessoas ficaram temerosas e acabaram fazendo uma automedicação por isso a probabilidade do número de casos confirmados ser um pouco maior é alta”, disse.
Diferenças entre os mosquitos
O especialista explica que existem diferenças entre o pernilongo comum, da espécie Culex, e o mosquito da dengue, o famoso Aedes Aegypti, até mesmo na quantidade de ovos colocados e no local onde são depositados.
Enquanto a fêmea do inseto comum busca águas mais sujas, com muitos sedimentos, como por exemplo o Rio Pinheiros, a fêmea do Aedes busca terrenos mais limpos, como água parada em vasos e caixas d'água
“Uma fêmea de Culex, que é o pernilongo comum, ela bota os ovos em jangada, ou seja, ela bota cerca de 150 ovos de uma vez diferente do mosquito da dengue que a fêmea em um recipiente de água parada ela bota 2 ou 3 ovos”, explicou.
Números estaduais
Em todo o Estado de São Paulo, houve um recuo de 51% nas mortes - 274 em 2019 diante de 136 em 2020 -, e de 53% nos casos - mais de 400 mil em 2019 contra 192 mil no ano passado.