Netanyahu rejeita cessar-fogo proposto pelo Hamas

Plano ambicioso para pausar o conflito na Faixa de Gaza incluía libertação de todos os reféns. Premiê israelense diz estar perto de "vitória absoluta" e que Israel é o único poder capaz de garantir a paz duradoura.

Por Deutsche Welle

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta quarta-feira (07/02) uma proposta apresentada pelo grupo radical islâmico Hamas para implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O plano do Hamas, apresentado horas antes, previa uma trégua de quatro meses no conflito com Israel , que incluiria ainda a libertação de todos os reféns israelenses. Em contrapartida, Israel teria de retirar suas tropas do enclave palestino e aceitar negociar um acordo para o fim definitivo da guerra.

A proposta do grupo palestino veio em resposta a uma oferta enviada na semana passada por representantes do Catar e do Egito, países que vem atuando como mediadores no conflito iniciado após os ataques terroristas do grupo radical a Israel em 7 de outubro do ano passado.

A estratégia apresentada pelos diplomatas egípcios e cataris era considerada a mais ambiciosa desde o início da guerra. A versão final colocada pelo Hamas propunha que todos os reféns fossem libertos em troca de centenas de palestinos presos em Israel, incluindo alguns militantes de alta patente.

Após reunir-se nesta quarta-feira com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, que realiza uma nova viagem ao Oriente Médio na tentativa de assegurar um cessar-fogo, Netanyahu anunciou a rejeição de seu país ao plano proposto pelo Hamas.

Proposta é "delirante", diz Netanyahu

"Estamos a caminho de uma vitória absoluta", disse o premiê israelense, acrescentando que a operação militar no enclave deve durar meses, não anos. "Não há outra solução."

Netanyahu classificou como "delirante" a proposta do Hamas e descartou futuros acordos que deixem o grupo extremista com o controle total ou parcial sobre a Faixa de Gaza. O premiê também afirmou que Israel é o único poder capaz de garantir a segurança de maneira duradoura na região.

"Nos rendermos às exigências delirantes do Hamas que ouvimos agora não apenas não levará à libertação dos reféns, como irá chamar mais um massacre", disse o primeiro-ministro em uma coletiva de imprensa.

Pouco antes, Blinken havia dito que ainda era necessário muito trabalho para superar as diferenças entre Israel e o Hamas no que diz respeito a um futuro acordo de paz. Israel, Estados Unidos e a União Europeia, entre outros, classificam o Hamas como grupo terrorista.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que as exigências do Hamas eram "um pouco extremas", mas assegurou que as negociações continuariam.

A guerra entre Israel e o Hamas já provocou a morte de mais de 27 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo radical. Bairros inteiros foram dizimados, com a grande maioria da população de 2,2 milhões de pessoas sendo forçada a deixar suas casas. Um quarto da população do enclave é assolada pela fome.

rc/le (Reuters/AP)

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