O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou neste sábado (26/10) as informações publicadas por alguns meios de comunicação que afirmaram que Israel avisou o Irã antecipadamente sobre o ataque executado nesta madrugada.
"A informação publicada em Walla é falsa e absurda. Israel não informou o Irã antes do ataque, nem sobre a hora, nem sobre os objetivos, nem sobre a força do ataque", afirmou o gabinete do premiê israelense em uma breve mensagem.
Tanto o portal israelense Walla como o site americano Axios publicaram hoje que Israel avisou o Irã antes de lançar seu ataque desta madrugada para tentar evitar uma escalada, recorrendo a intermediários como o ministro das Relações Exteriores holandês, Caspar Veldkamp.
O ataque retaliatório lançado por Israel na madrugada deste sábado contra instalações militares iranianas, em resposta ao lançamento de mais de 180 mísseis balísticos por Teerã no início de outubro, provocou a morte de ao menos quatro militares iranianos.
Em resposta, o Irã destacou hoje seu direito "legítimo" e "obrigatório" de se defender, embora tenha minimizado os danos causados pelo ataque israelense.
Entretanto, os Estados Unidos destacaram que a ofensiva israelense teve um alcance limitado intencional, uma vez que não tinha como alvo instalações nucleares ou petrolíferas, o que poderia ter causado automaticamente um agravamento do conflito.
A maioria dos países árabes do Oriente Médio condenou o ataque e também apelou à contenção para evitar uma nova escalada do conflito que poderia levar a uma guerra regional. Já aliados ocidentais de Israel apelaram para que o Irã não responda ao ataque.
Horas após o taque, o Irã vivia neste sábado um dia de aparente normalidade após os ataques de Israel, uma tranquilidade que o governo iraniano tentou destacar.
Se no início da manhã os céus de algumas áreas de Teerã estavam iluminados com explosões de projéteis interceptados pelas defesas aéreas, no início da manhã a capital oferecia uma imagem de normalidade.
O trânsito intenso era o habitual em uma manhã de sábado - início da semana iraniana -, os cidadãos dirigiam-se para o trabalho e os pais deixavam os filhos na escola.
"Tudo está normal. Já sabíamos que Israel iria atacar. Não foi uma surpresa. E como era de se esperar, o ataque ocorreu em bases militares", disse à Agência EFE Ana, uma arquiteta de 39 anos.
"Acho que tudo isso é um jogo de fogos de artifício. Nem Israel nem o Irã querem entrar numa guerra direta", acrescentou esta mulher que se dirigia para o trabalho e não ouviu as explosões da madrugada passada na capital.
Já as autoridades de defesa iranianas reconheceram neste sábado "danos limitados" no ataque israelense durante a madrugada contra centros militares nas províncias de Teerã (norte), Khuzistão (sudoeste) e Ilam (sudeste), embora não especificaram a extensão do bombardeio.
"Embora o nosso sistema de defesa aérea tenha interceptado e rebatido com sucesso os ataques, algumas áreas sofreram danos limitados”, informou o Quartel-General da Defesa Aérea do Irã em um comunicado divulgado pela agência de notícias iraniana Irna.
jps (EFE, ots)