O ministro da Cidadania do Brasil, Onyx Lorenzoni, criticou o modelo do atual Bolsa Família e ressaltou uma atualização do programa em entrevista exclusiva ao programa Brasil Urgente desta quinta-feira, 8.
"O auxílio emergencial mostrou para as famílias do Bolsa Família que é ótimo receber R$ 600, R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil, e não é tão bom receber R$ 192", pontuou.
Onyx defendeu um novo programa de transferência de renda, que segundo ele o nome segue sendo discutido, em contrapartida da iniciativa criada pelo governo do PT. "Esse programa traz novas ferramentas, estimula as pessoas a se emanciparem pela empregabilidade, apostando na primeira infância e trabalhando com o mérito", disse. "Não queremos pessoas dependentes do governo para dar o voto".
Segundo o ministro, a pasta já desenvolveu o processo de transferência de dinheiro através do programa, e aguarda o "ok" do Ministério da Economia, que discute - com muita limitação e polêmica - qual será a fonte dessa renda.
"Você tem limitações do Estado se endividar mais. Já fomos além do que podíamos por causa da crise. Por outro lado, temos discussões propositivas no sentido de ter um novo programa de renda, momentaneamente chamado de Bolsa Família, mas que precisa mudar, porque não estimula a empregabilidade, cria dependência e não tem porta de saída."
Sobre as possíveis fontes deste novo programa, que chegou a ser batizada de Renda Brasil e depois de Renda Cidadã, Onyx citou dois caminhos.
"O orçamento ordinário do ano que vem nos dá condições, mas o papel de definir fontes de financiamento é do Ministério da Economia, que nos dizem que o Congresso pode barrar [esse caminho]. Então, parar ampliar isso ou contamos com a fonte que já está dada ou pensamos em uma nova fonte. Estamos preparados para qualquer desses cenários e só nos cabe, nesse momento, aguardar a definição do Ministério da Economia e do parlamento”, concluiu.
Assista a entrevista na íntegra:
Onyx Lorenzoni
Marivaldo Oliveira/Estadão Conteúdo