"Não é ficando em casa que nós vamos resolver esse problema", diz Bolsonaro horas depois de Queiroga pedir distanciamento social

Presidente voltou a criticar medidas restritivas de governadores e prefeitos

Da redação com BandNews TV

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu para que as pessoas evitem aglomeração durante o feriado da Semana Santa e exaltou a importância do distanciamento social e uso de máscara na coletiva que compartilhava as ações do comitê de combate à pandemia. Horas depois, enquanto anunciava a volta do auxílio emergencial, Bolsonaro voltou a criticar as medidas restritivas adotadas por estados e municípios.

Temos dois inimigos, o vírus e o desemprego, é uma realidade. Não é ficando em casa que nós vamos resolver esse problema

“Temos dois inimigos, o vírus e o desemprego, é uma realidade. Não é ficando em casa que nós vamos resolver esse problema”, afirmou o presidente. Ele voltou a fazer um apelo para que governadores e prefeitos voltem atrás nos toques de recolher um dia depois de o Brasil ter seu pior dia desde o começo da pandemia. Bolsonaro disse, sem apresentar dados, que os efeitos colaterais do combate não podem ser mais danosos do que o próprio vírus e que a fome mata mais do que a Covid-19.

As declarações de Bolsonaro vão de encontro com o que disse o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nesta manhã. “É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da comunicação social do governo, da assessoria de imprensa da Presidência da República, no sentido de haver uma uniformização do discurso, de que é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, necessário o distanciamento social de modo a prevenirmos o aumento da doença no nosso país”, disse Pacheco ao lado do ministro da Saúde.

é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, necessário o distanciamento social de modo a prevenirmos o aumento da doença no nosso país

O próprio Queiroga parecia alinhado com a vontade dos chefes do Legislativo. O ministro fez um apelo à população: “No feriado não pode haver aglomerações desnecessárias. É importante usar máscara, manter o isolamento. É importante fazer isso. Medidas extremas não são desejadas. Então vamos fazer isso”.

Para o jornalista Sérgio Amaral, que cobre os bastidores do poder em Brasília, o discurso de Bolsonaro é para os seus apoiadores, mas que a maioria da população já segue as recomendações do comitê e só sai de casa em situações de necessidade, como as pessoas que precisam trabalhar presencialmente.

O combate à pandemia gerou atrito recentemente entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Bolsonaro. "Quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando, hoje, um sinal amarelo para quem quiser enxergar. Não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados", alertou Lira na semana da morte do senador Major Olímpio.

O comitê de combate à pandemia foi criado pouco depois do ultimato de Lira.

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