Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, prestou novo depoimento à Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18). Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, ele reafirmou todas as declarações feitas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro e “indícios de provas” de pagamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Ariovaldo Moreira informou em conversa ao BandNews TV que o “indício de prova” apresentado por Delgatti é um áudio de um assessor de Carla Zambelli, onde possíveis pagamentos.
“Existe (o registro). Assessores de Carla Zambelli fizeram depósito na conta bancária de Walter Delgatti e existe também o pagamento de que foram feitos em espécie na capital paulista, Esses pagamentos foram comprovados por depósito na sequência desse recebimento, ele recebe uma quantia em dinheiro e faz o depósito no mesmo momento”, informou.
Walter Delgatti também deu detalhes sobre o encontro no Palácio da Alvorada e da visita no Ministério da Defesa, além do encontro com o ex-ministro da pasta, Paulo Sérgio Nogueira.
“A autoridade policial deve agora, nas investigações, encontrar provas de que o Walter, com toda a certeza, esteve no Ministério da Defesa”, disse o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira. Ele ainda afirmou que Delgatti apresentou “o caminho para se chegar a verdade”.
Na CPMI, Walter Delgatti afirmou que o ex-presidente teria dito para ele ir ao Ministério da Defesa para ensinar como se invadia urnas eletrônicas. Por conta disso, Bolsonaro teria oferecido um indulto em caso de prisão em relação à invasão nos sistemas eleitorais e pediu, também, que o hacker assumisse a autoria de um grampo contra Alexandre de Moraes.
Pedido de liberdade
A defesa de Walter Delgatti informou que solicitou nesta sexta-feira (18) o pedido de liberdade do hacker ao ministro Alexandre de Moraes e a inclusão do hacker em um programa de proteção em caso de soltura, para ter a integridade física preservada.
Defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou nesta quinta-feira (17) que adotará medidas judiciais contra o hacker Walter Delgatti por ele ter apresentado “informações e alegações falsas” em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.
“Considerando as informações prestadas publicamente pelo depoente Sr. Walter Delgatti Neto perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na presente data, a defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, informa que adotará as medidas judiciais cabíveis em face do depoente, que apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia”, diz a nota.
Sobre o encontro, no Palácio da Alvorada, a defesa de Jair Bolsonaro argumenta que a conversa foi sobre “suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral”.
“O então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado. Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto”, afirmam os advogados.