Na ONU, ministra alemã denuncia racismo contra negros que fogem da Ucrânia

“Nós vemos pessoas de origem africana que estavam na Ucrânia sofrendo discriminação nas fronteiras”, disse a ministra das Relações Exteriores

Da redação

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, denunciou casos de racismo nas fronteiras contra negros que fogem da guerra na Ucrânia. A declaração, dada nesta terça-feira, 1º, ressaltou a importância de amparar todos os refugiados que fogem da guerra em território ucraniano.

“Nós vemos pessoas de origem africana que estavam na Ucrânia sofrendo discriminação nas fronteiras. Hoje, de manhã, eu estava na Polônia. Com os meus colegas poloneses, emitimos uma mensagem clara: todo refugiado precisa receber proteção, independentemente da nacionalidade, origem ou cor da pele”, disse Baerbock.

Ainda no discurso, a diplomata relembrou o horror da Segunda Guerra Mundial, período em que a Alemanha nazista dizimou pelo menos 6 milhões de judeus. Ela ressaltou que o governo alemão condena os ataques russos na Ucrânia e que respeita a carta da ONU que rege os membros da organização.

“A Alemanha está ciente da responsabilidade histórica dela. É por isso que nós sempre nos comprometeremos com a diplomacia para perseguir soluções pacíficas, mas, quando uma nação amiga se encontra sob ataque, nós precisamos agir de forma responsável. É por isso que quero solicitar a paz hoje”, discursou a ministra alemã. 

Manobra contra veto da Rússia

A aprovação de uma sessão emergencial da Assembleia Geral da ONU foi uma manobra contra o veto da Rússia no Conselho de Segurança da entidade, quando 11 países aprovaram uma resolução para condenar os ataques de Moscou à Ucrânia. O Brasil esteve entre os países que votaram pelo encontro extraordinário, iniciado na última segunda-feira, 28.

Três nações se abstiveram na votação: China, Índia e os Emirados Árabes Unidos. O que for decidido na Assembleia Geral não causará impacto prático contra a Rússia por não ser vinculativa, mas terá peso político. A aprovação depende de dois terços favoráveis.

Rússia não quer Otan no Leste europeu

A principal alegação russa para o início dos ataques tem a ver com a expansão da Otan, aliança militar do Ocidente, no Leste europeu. A Ucrânia demonstrou interesse em participar do grupo de países-membros do Tratado do Atlântico Norte, o que contraria o presidente Vladmir Putin. O Kremlin destaca que tal ingresso colocaria Moscou sob riscos das forças americanas.

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