O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que concorreu na recente eleição presidencial contra Nicolás Maduro, afirmou, ao chegar ao exílio na Espanha que continuará "a luta para alcançar a liberdade e a recuperação da democracia na Venezuela", segundo um áudio divulgado pela sua coalizão, a Plataforma Democrática Unida (PUD).
Já a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, também afirmou que vai continuar a luta política no país. "Que isto fique muito claro para todos: Edmundo lutará desde o exterior, junto à nossa diáspora, e eu seguirei lutando aqui, junto a vocês", afirmou Machado.
González decidiu sair da Venezuela porque "sua vida estava em perigo", afirmou Machado, mencionando uma "onda brutal de repressão" após a eleição.
Eleição sob suspeita
González solicitou asilo político à Espanha com o argumento de que estava sofrendo perseguição política e judicial na Venezuela após a eleição presidencial de 28 de julho, cuja vitória oficial foi concedida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Maduro, resultado posteriormente validado pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ).
Grande parte da comunidade internacional se recusou a aceitar o resultado da eleição sem ver o detalhamento dos votos, o que não aconteceu. O Brasil, assim como a União Europeia, não reconheceu nem a vitória de Maduro nem a de González.
A oposição insiste que González foi o vencedor, uma afirmação apoiada por relatórios eleitorais que ela afirma ter coletado de testemunhas e membros das seções eleitorais no dia da votação e que – segundo a oposição – dão a vitória ao candidato oposicionista por uma ampla margem.
Mandado de prisão
Devido à publicação desses relatórios e à alegação de fraude, González foi acusado de "suposto cometimento" de "usurpação de funções" e "falsificação de documentos públicos", entre outros crimes, pelos quais foi intimado três vezes pela promotoria do regime chavista.
Não tendo se apresentado, um tribunal chavista emitiu um mandado de prisão para o líder da oposição, que estava havia mais de um mês na embaixada da Holanda, que deixou em 5 de setembro para seguir para a embaixada espanhola, onde permaneceu até sábado, quando deixou a Venezuela.
No áudio divulgado neste domingo, González disse que sua saída da Venezuela, após um pedido de asilo e a concessão de salvo-conduto pelo governo de Maduro, "foi cercada por episódios de pressão, coerção e ameaças".
as (AFP, Efe, Lusa)