Uma mutação do novo coronavírus voltou a deixar a Europa em alerta. O Reino Unido identificou que o aumento do número de casos nos últimos dias tem relação com uma nova variante do Sars-Cov-2, o que fez com que o país adotasse novas restrições desde domingo (20).
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que Londres, o sul e o sudeste da Inglaterra adotarão novo lockdown para tentar conter um aumento de contágios de covid-19.
“Parece que essa propagação está alimentada por uma nova variante do vírus, transmitida muito mais facilmente”, declarou o primeiro-ministro. “Pode ser até 70% mais transmissível do que a variante antiga. Nada indica que seja mais letal ou cause uma forma mais grave da doença ou reduza a eficácia das vacinas”, reiterou.
Sob as novas regras, o comércio não essencial e as academias terão de permanecer fechados. Além disso, as comemorações de Natal em Londres e na região sudeste serão canceladas. Apenas as famílias que vivem fora desta área terão permissão para se reunir no Natal, e apenas no dia 25, com viagens de longa distância desencorajadas.
De acordo com Johnson, as novas medidas são equivalentes ao lockdown imposto em novembro e durarão duas semanas. O governo britânico vai reavaliar a situação no dia 30.
Após o anúncio, Itália, Holanda, Alemanha, Bélgica, Áustria, Irlanda e França decidiram proibir voos procedentes do Reino Unido a partir deste domingo, em uma tentativa de garantir que a nova mutação de coronavírus não se espalhe por seus territórios. A Holanda acrescentou ainda que, no início de dezembro, a amostragem de um caso no país revelou a mesma cepa de vírus encontrada no Reino Unido.
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, afirmou que as novas regras devem permanecer por vários meses até que as vacinas sejam aplicadas em todo o país. Matt declarou que a nova cepa do coronavírus estava “fora de controle”, para justificar o confinamento de Londres e parte da Inglaterra. “Será muito difícil tê-la sob controle até que tenhamos distribuído a vacina”, disse.
O Reino Unido foi o primeiro país europeu a iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19. Mais de 140 mil pessoas já receberam a dose da Pfizer/BioNTech.
O diretor médico da Inglaterra, Chris Whitty, disse que, embora não haja evidências no momento de que a variante do novo coronavírus tenha causado uma taxa de mortalidade mais alta ou impactado as vacinas, um trabalho urgente está em andamento para levantar essas informações.