Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz demonstrou que uma em cada quatro mulheres é diagnosticada com depressão no Brasil. O motivo, no entanto, pode ser atrelado ao sentimento de ‘invisibilidade materna’, segundo explicam especialistas. Veja a reportagem completa no vídeo acima.
A Stephanie Arias, empreendedora, destaca a correria do dia a dia enquanto tenta conciliar a sua vida profissional e função de mãe. Segundo ela, é comum que as mulheres se sintam sozinhas na maternidade.
“Eu falo que cansaço é meu sobrenome. A gente se sente muito sozinha. Parece que ninguém compreende o que estamos sentindo naquele momento. Toda a vez que me sinto sozinha e sem apoio eu me apego nele [filho]”, disse.
Em seguida, a empreendedora destaca a dificuldade em conciliar as tarefas do dia com a vida social, além de lidar com o julgamento e a culpa, e afirma “muitas mães começam a se sentir invisíveis”.
“É muita coisa para dar conta ao mesmo tempo: os filhos, a casa, o trabalho, a vida amorosa, os amigos... isso sem falar do julgamento e da culpa”, completou.
De acordo com o pediatra Daniel Becker, a “culpa materna” é opressiva e, em muitos casos, pode ocasionar quadros de ansiedade, síndrome do pânico e depressão. Segundo ele, a sobrecarga e desvalorização são difíceis de lidar e podem ser consideradas como “uma combinação tóxica”.
“Essa culpa materna é gigantesca porque é muito opressiva. Não é à toa que estamos com tantas mulheres com ansiedade, síndrome do pânico e depressão. Não é possível viver com tanta sobrecarga”, pontuou.
A psicóloga Rosely Sayão explica que, por vezes, pedir ajuda é uma tarefa difícil, já que algumas mulheres se sentem “em uma posição de inferioridade e fragilidade”, mas que “pedir ajuda mostra o quanto a pessoa pode ser forte”
“Parece que pedir ajuda, principalmente para uma mulher que é mãe, é algo humilhante, é algo que te deixa em uma posição de inferioridade, de fragilidade, mas pedir ajuda mostra o quanto a pessoa pode ser forte. Forte o suficiente para conhecer os seus limites, os seus potenciais... e uma ajuda pode ajuda-la a superar os seus limites”, diz a psicóloga.