Apesar da prisão de integrantes de um esquema criminoso que desviava cabelos humanos a Polícia Civil do Rio de Janeiro acredita que outras ONGs, e pessoas, possam ter envolvimento em uma fraude que movimentou milhões de reais. As informações são da Francini Augusto, da BandNews FM.
Duas pessoas foram presas, entre elas Gleice Milesi da Cunha. Segundo a investigação, ela comandava o desvio de cabelos humanos doados para ONGS de mulheres com câncer.
O responsável pela delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, André Neves, detalhou como funcionava o esquema.
O grupo recebia os cabelos sob a alegação de que de iria confeccionar as perucas destinadas a doação, porém poucas perucas eram efetivamente revertidas para esta finalidade. Os cabelos na verdade eram direcionados para lojas e depois comercializados, inclusive em estabelecimentos fora do país em Miami, Flórida, Estados Unidos.
Advogada Denildes Palhano, responsável pela descoberta de todo o esquema e denúncia à Polícia, teme que por atitudes assim impactem nas doações. Denildes teve um câncer de mama e, depois de curada, passou a participar de grupos de apoio. Ela desconfiou que o número de perucas confeccionadas era muito menos do que a quantidade de cabelo doado.
A participação de funcionários e colaboradores das ONGs é apurada, já que não existia controle sobre a transação de cabelos doados e perucas prontas doadas, o que facilitava a atuação dos criminosos.
A Polícia apreendeu mais de meia tonelada de cabelo em endereços visitados durante a busca e apreensão.
Gleice, foi apontada como a chefe da quadrilha e presa em flagrante quando estava escondida em um motel. Ela estava com um passaporte com nome diferente e ainda tinha dois números de CPF.