O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, segue com o discurso de pacificação do país depois de ser questionado, em entrevista exclusiva ao BandNews TV, sobre respostas a eventuais participações de militares nos ataques à Brasília. Para ele, o “8 de janeiro nunca mais vai acontecer”.
“Esse 8 de janeiro nunca mais vai acontecer. Eu falo ‘8 de janeiro’ durante todo o dia. Gostaria muito, de noite, quando chego em casa, não pensar muito em janeiro nem de manhã, quando acordo. Evidentemente que nós precisamos pacificar este país. Nós não podemos ficar vivendo dessas coisas drásticas, dessas coisas que nos separam”, disse Múscio.
“Que nós não punamos inocentes”
O ministro também ressaltou a importância das investigações que podem identificar militares envolvidos com os atos criminosos de 8 de janeiro. Múcio pediu que inocentes não sejam punidos, mas enfatizou a ação das Forças Armadas, caso se confirme a participação de algum servidor.
“O que a gente pode dizer é que os culpados serão punidos, civis ou militares. Evidentemente que essas investigações não estão conosco. Isso está com a Polícia Federal. É importante, também, que nós não punamos inocentes e que punamos os culpados. Se couber às Forças Armadas punir alguém que participou, das Forças Armadas, será punido”, ponderou o ministro.
Golpe de 1964
Múcio foi perguntado sobre os planos das Forças Armadas para as comemorações acerca do golpe militar, quando as Forças Armadas tomaram o poder em 31 de março de 1964. O regime autoritário seguiu até 1985. Para o ministro, precisará haver negociações.
“[quanto ao] 31 de março, nós sabemos que vamos ter que negociar para ver como nós podemos ultrapassar. A gente vai ter que viver assim. O trabalho maior é de pacificação”, previu durante a entrevista.
Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), as manifestações nos quarteis sobre o 31 de Março foram suspensas. Os rituais voltaram a acontecer no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu acho que o primeiro trabalho é a gente diminuir esse retrovisor. Parece que o vidro de olhar para frente está bem melhor que os retrovisores. Nós vamos chegar lá. O que houve com a presidente Dilma Rousseff foi uma coisa. Com o presidente Bolsonaro foi outra. Com outros presidentes, foram outras. O fundamental é que nós façamos uma coisa que pacifique este país”, reforçou Múcio.