O MPF (Ministério Público Federal) recorreu, na quarta-feira (26), da decisão que soltou Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, suspeito de ser o mandante do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no Vale do Javarí (AM).
"A manifestação do MPF está pendente de julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A decisão judicial pela liberdade com monitoração foi proferida após pedido de liberdade provisória feito pela defesa, em relação ao qual o MPF também se manifestou contrariamente", disse o MPF. em nota enviada ao Portal da Band.
Entre os argumentos já apresentados pelo MPF ao TRF 1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) como justificativa para a manutenção da prisão preventiva de Colômbia, está a dúvida quanto sua real nacionalidade, já que ele possui documentos colombianos, brasileiros e peruanos. Na identidade brasileira, ele é registrado como Rubens Villar Coelho.
Colômbia foi solto provisoriamente na última sexta-feira, mediante o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil. O juiz federal Fabiano Verli entendeu que as medidas cautelares adotadas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e a entrega de passaporte, são suficientes para manter Ruben Villar sob vigilância, apesar de reconhecer o risco de fuga.
A PF (Polícia Federal) segue com as investigações contra Colômbia pelo crime de associação criminosa armada e comando de uma quadrilha de pesca ilegal no Vale do Javari, no Amazonas, usada para lavar dinheiro do narcotráfico. Há também suspeitas de ligações com políticos locais que se beneficiam do esquema.
Relembre o caso
Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho, quando se preparavam para visitar uma comunidade indígena na região Vale do Javari, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
Bruno era indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips era veterano de cobertura internacional e morava no Brasil há mais de 15 anos.
Segundo as investigações Dom e Bruno foram rendidos e mortos pelos irmãos Oseney da Costa, conhecido como "Da Costa", e Amarildo dos Santos, o "Pelado". Os corpos foram esquartejados e queimados, e depois jogados em uma vala na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas.