O Ministério Público Federal do Distrito Federal pediu a abertura de um inquérito policial contra o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet por possível incitação pública ao crime.
O ex-piloto participou de atos golpistas ao lado de bolsonaristas e pediu o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no cemitério.
O petista venceu a corrida presidencial do Brasil no último domingo (30), contra Jair Bolsonaro (PL), e apoiadores do atual presidente fazem manifestações pelo país inconformados com o resultado.
Segundo o MPF, o procedimento foi aberto após representação recebida com vídeo em que Piquet manifesta-se contrário à admissão do resultado das eleições presidenciais de 2022. “Vamos botar Lula filho de uma puta fora disso. E Lula lá no cemitério, filho de uma puta”.
“As declarações de Nelson Piquet aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito, mas como formas concretas de incitação dirigida à população em geral. Foram ditas em gravação realizada em público e durante atos com milhares de pessoas, evidenciando-se a ciência de que viriam a ser difundidas ou divulgadas”, disse o MPF em nota.
Nelson Piquet será chamado para oitiva na Polícia Federal. A pessoa que gravou o vídeo e publicou nas redes sociais também deve ser convocada.
Bolsonarista
Nas celebrações do Dia da Independência, em 7 de setembro de 2021, Piquet dirigiu o Rolls-Royce presidencial que levou Bolsonaro à cerimônia de hasteamento da bandeira.
Em junho deste ano, um termo racista usado para se referir ao heptacampeão mundial Lewis Hamilton fez o ex-piloto Nelson Piquet voltar ao noticiário.
Um vídeo em que o brasileiro chama o britânico de 'neguinho', em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, em novembro de 2021, ganhou forte repercussão nas redes sociais e gerou até uma resposta em português do piloto da Mercedes.
Nelson Piquet virou assunto nos últimos anos pelas opiniões e comentários sobre o que acontece fora das pistas e por seu posicionamento político.
Ele se tornou um apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a dizer, em entrevista à RedeTV, que é 'Bolsonaro até morrer'.