MPF pede informações ao governo sobre tráfego aéreo em áreas indígenas

Denúncias de comunidades apontam o aumento de pousos ilegais na região Norte, após o governo federal anunciar a retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami

Da Redação com Agência Brasil

MPF pede informações ao governo sobre tráfego aéreo em áreas indígenas
MPF pede informações ao governo sobre tráfego aéreo em áreas indígenas
REUTERS/Amanda Perobelli

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao governo federal, nesta segunda-feira (6), informações sobre quais medidas estão sendo adotadas para o controle do tráfego aéreo na região Norte do país, em especial em áreas indígenas e quilombolas. 

Além do pedido, o Ministério Público Federal sugeriu que sejam adotadas providências para o controle do espaço aéreo. Segundo denúncias feitas pelas comunidades ao MPF, o número de pousos ilegais na região aumentou consideravelmente nos últimos dias, após o governo federal ter anunciado medidas para a retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. 

Uma das suspeitas é que esse aumento do fluxo de pousos clandestinos seja de aviões de garimpeiros que estejam sondando a região para garimpo de ouro e cassiterita.

Outra possibilidade levantada em inquérito civil aberto pelo MPF é que a área siga sendo usada para abastecimento clandestino de aeronaves, prática que vem se intensificando principalmente desde 2021. 

Retirada de garimpeiros

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse hoje (6) que o governo iniciará nesta semana a transição da fase de assistência humanitária e fechamento do espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami em Roraima, para a fase policial, de caráter coercitivo contra garimpeiros e financiadores da atividade mineral. Segundo Dino, a expectativa é que, até o fim desta semana, 80% das 15 mil pessoas envolvidas com garimpo ilegal na região tenham deixado o local.

Pistas de pouso em terras indígenas

Um levantamento inédito do MapBiomas, divulgado nesta segunda-feira, identificou 2.869 pistas de pouso na Amazônia, segundo a entidade, mais do que o dobro das pistas contidas nos registros da Anac. Pelas coordenadas geográficas, 804 pistas de pouso, ou 28% do total, estão dentro de alguma área protegida: 320 (11%) ficam no interior de Terras Indígenas (TI) e 498 (17%) no interior de unidades de Conservação. 

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