MPF apura responsabilidade da PRF em tragédia após deslizamento no Paraná

Polícia repassou responsabilidade à concessionária, pela liberação do trafego momentos antes do desabamento da encosta

Da Redação

Terceiro dia de buscas por desaparecidos após deslizamento Governo do Paraná
Terceiro dia de buscas por desaparecidos após deslizamento
Governo do Paraná

O MPF (Ministério Público Federal) do Paraná abriu um procedimento para investigar "eventual responsabilidade" da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na tragédia que matou pelo menos duas pessoas após deslizamento de terra sobre veículos na BR-376, entre Curitiba e Santa Catarina, na Serra do Mar. 

Duas vítimas tiveram os corpos encontrados e foram identificadas. O Corpo de Bombeiros, porém, estima até 30 pessoas possam estar desaparecidas

A tragédia aconteceu depois de um primeiro deslizamento de terra, na segunda-feira (28), por volta das 15h20. A rodovia foi parcialmente liberada para o tráfego às 18 horas. 

Momentos depois, às 19h15, houve o segundo deslizamento causando a tragédia sobre o comboio de veículos que estava acumulado na estrada devido ao primeiro bloqueio e à chuva. 

A interdição parcial e as condições do trânsito no local fizeram com que a rodovia ficasse congestionada. O deslizamento de terra tomou cerca de 200 metros da pista arrastando ao menos 16 carros e cinco caminhões e deixando duas pessoas mortas. 

Quem liberou

A PRF diz que a decisão sobre a interdição da pista era da concessionária Arteris Litoral Sul, responsável pela administração do trecho.

O procedimento do MPF para investigar as responsabilidades foi aberto na quinta-feira (1°). 

Em nota, o MPF afirma investigar "eventual responsabilidade" apenas da PRF, mas informou que acionou a Arteris, pedindo informações.

A PRF informou nesta sexta-feira (2) que “encaminhará ao MPF todas as informações que foram solicitadas no procedimento instaurado”.

Anteriormente, a PRF afirmou mais de um vez que cabia à empresa, com base no histórico da pista e nas diretrizes de segurança, decidir pelo fechamento. 

Em resposta, a concessionária havia dito que ainda era prematuro apontar as causas da tragédia.

Nota do MPF

"Por meio da Coordenação de Controle Externo da Atividade Policial, o Ministério Público Federal no Paraná instaurou ontem, 01/12, procedimento para apurar eventual responsabilidade da PRF no deslizamento de terra na BR-376, no Município de Guaratuba. O MPF está acompanhando e aguardando o envio de informações solicitadas, com urgência, à concessionária e à PRF, sem prejuízo de eventual instauração de procedimentos em outros temas, como consumidor/ambiental".

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