O Ministério Público Federal e o do Amazonas entraram com uma ação contra o município de Manaus nesta quinta-feira à noite (21). No documento, os órgãos pedem que a gestão da capital amazonense preste contas diariamente da relação de pessoas vacinadas contra o coronavírus. As informações são de Milena Teixeira, da BandNews FM.
O imbróglio envolvendo a imunização em Manaus começou na última terça, depois que a Rádio BandNews FM denunciou que as médicas recém-formadas Isabelle e Gabrielle Lins, que postaram fotos tomando as doses, eram recém-nomeadas pela prefeitura da cidade.
As irmãs são filhas de um grande empresário do município, Nilton Lins, e passaram a trabalhar no início do mês na UBS que fica em um terreno doado pelo pai delas em uma avenida que leva o nome dele.
De acordo com a promotora responsável pela ação, Lilian Nara Almeida, o propósito dos órgãos é evitar que pessoas fora do grupo prioritário furem a fila da vacinação.
“Além de ter que lidar com a falta de oxigênio e com a falta de insumos ainda estamos lidando com mais essa situação: pessoas que deveriam estar sendo imunizadas estão sendo deixadas para trás, enquanto outras pessoas que não deveriam estar sendo imunizadas já estão sendo”, afirma a promotora.
Quem tomar ou aplicar irregularmente a vacina pode também responder criminalmente, segundo a promotora.
Os crimes previstos são peculato e improbidade administrativa.
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde, nesse primeiro momento, o volume de doses da vacina enviadas ao Amazonas é suficiente para atender apenas 34% de todos os profissionais de saúde do Estado. O plano operacional de vacinação aqui precisa prever quais os profissionais de saúde serão prioridade na imunização imediata.
Drama pelo oxigênio continua
Nos hospitais superlotados na capital amazonense, pacientes ficam em cadeiras no corredor. Os familiares se revoltam (veja vídeo acima).
Na última quarta-feira (20), mais dois recordes no Amazonas. Foram mais de 5 mil novos casos de covid-19 em 24 horas e 148 pessoas morreram por complicações causadas pela doença.
Para desafogar as unidades de saúde, 161 pacientes já foram transferidos para outros Estados. E a ajuda com a doação de cilindros de oxigênio, que são escassos na região, tem sido fundamental. A JBS destinou 400 cilindros ao estado e doou R$ 400 milhões para o enfrentamento à pandemia no Brasil.