Motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo estão em greve nesta quarta-feira (29) depois de não chegarem a um acordo com os patrões sobre uma série de reinvindicações.
No último dia 14, a categoria já havia realizado uma paralisação das atividades. Na ocasião, conseguiu um reajuste salarial de 12,4%, mas não obteve outras melhorias que eram solicitadas, como a hora do almoço remunerada e a participação nos lucros.
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Veja imagens da situação dos terminais de ônibus de SP 1/11
Em entrevista ao Bora SP, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB) criticou a ação do sindicato.
"Estamos aqui na SP Trans com o nosso jurídico acompanhando e aguardando o julgamento, que será às 15h. Se a gente tinha uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para poder definir os itens que ficaram pendentes, não tem o menor sentido o sindicato ter deflagrado essa greve, causando transtorno e levando sofrimento para 1,5 milhão de pessoas”, disse.
"É irresponsável que estão fazendo. Esses demais itens, que é o pagamento do valor do horário de almoço e que seja pago 100% sobre hora extra, está para ser julgado. Poderia ter sido aguardado. Não teria porque fazer essa greve hoje”, completou.
Vídeo: prefeito Ricardo Nunes fala sobre a greve
Decisão do sindicato
A decisão da greve foi tomada nesta última terça-feira (28) em assembleia na sede do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, no bairro da Liberdade, e confirmada no Brasil Urgente pelo presidente da organização, Valdevan Noventa.
"Acabamos de fazer uma assembleia com mais de cinco mil trabalhadores e foi unânime a aprovação da greve a partir da meia noite de hoje por 24 horas. A greve é total. Você viu que a gente negociou na semana passada o aumento e demos um prazo de cinco dias para o setor patronal sentar conosco. Ele sentou três vezes, mas foi irredutível e os empresários estão viajando. Vão para fora, para Portugal", disse.
Rodízio suspenso
O rodízio municipal de veículos está suspenso hoje por causa da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista. Os carros com placas finais 5 e 6 poderão circular normalmente por todo o centro expandido ao longo do dia.
As faixas exclusivas e os corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de automóveis enquanto durar a greve.
Seguem valendo as restrições para caminhões e fretados, além da Zona Azul.
Nota da Prefeitura de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizada. A SPTrans já conseguiu na Justiça o agendamento do julgamento do dissídio para a tarde desta quarta-feira.
A SPTrans obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A SPTrans solicitou à Justiça aumento no valor desta multa, além de autuar as empresas pelo não cumprimento das viagens.
A SPTrans está monitorando a frota da cidade e a movimentação dos veículos no início desta quarta-feira, 29 de junho.
A paralisação afeta 675 linhas diurnas e 6.008 ônibus, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no pico da manhã.
Durante a madrugada, 88 linhas do Noturno, de 150, não operaram.
A partir das 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida, exceto na Express, na Zona Leste. O Grupo Local de Distribuição não foi afetado.
As vans do serviço Atende+, que transportam pessoas com deficiência de alto grau de severidade, estão operando normalmente.
Medidas operacionais
No terminal Campo Limpo, 12 linhas estão sendo estendidas até o Vila Sônia para permitir conexão com o sistema metroviário.
No terminal Vila Nova Cachoeirinha, 11 linhas estão sendo estendidas até os terminais Barra Funda e Santana, bem como as três linhas do terminal Casa Verde.
Já no terminal Varginha, quatro linhas estão sendo estendidas até o terminal Grajaú, onde há conexão com a linha da CPTM.
Três linhas Conexão Petrônio Portela foram prolongadas para o Terminal Lapa e outras cinco linhas Conexão Vila Iório foram prolongadas para o Terminal Lapa.
Empresas com operação paralisada
- Santa Brígida (Zona Norte)
- Gato Preto (Zona Norte)
- Sambaíba (Zona Norte)
- Viação Metrópole (Zona Leste)
- Ambiental (Zona Leste)
- Via Sudeste (Zona Sudeste)
- Campo Belo (Zona Sul)
- Viação Grajaú (Zona Sul)
- Gatusa (Zona Sul)
- KBPX (Zona Sul)
- MobiBrasil (Zona Sul)
- Viação Metrópole (Zona Sul)
- Transppass (Zona Oeste)
- Gato Preto (Zona Oeste)
Empresas operando normalmente
- Norte Buss (Zona Norte)
- Spencer (Zona Norte)
- Express (Zona Leste)
- Transunião (Zona Leste)
- UPBUS (Zona Leste)
- Pêssego (Zona Leste)
- Allibus (Zona Leste)
- Transunião (Zona Sudeste)
- MoveBuss (Zona Leste)
- A2 Transportes (Zona Sul)
- Transwolff (Zona Sul)
- Transcap (Zona Oeste)
- Alfa Rodobus (Zona Oeste)